Notícias de
Albufeira, 01 Set 2011,
Subir os Impostos Seduz a Evasão.
A evasão fiscal
representa uma quebra elevada na receita do Estado, mas a solução não deve ser aumentar
as taxas e penalizar os que cumprem. Haverá a percepção das subidas de impostos
seduzirem mais evasão.
Face ao que já
se fala, para o sector da restauração e das bebidas, a economia de Albufeira
vai ser, seriamente, atingida.
A esmagadora maioria
das empresas assumia, na íntegra, a formalidade de cumprir as suas obrigações
fiscais, se a carga fosse suavizada. Esta medida tinha o mérito de estimular a
economia e conter o desemprego. Para ser, ainda, mais eficaz, devia haver incentivo,
para os contribuintes finais exigirem documento legal das transacções de compras
e de aquisições de serviços.
Cada
contribuinte final recebia um kit com impressos, para registar todas as
facturas de compras e serviços do mês, e envelopes para o respectivo envio, à Repartição
de Finanças da sua área fiscal. Mensalmente, em cada Repartição, um ou mais daqueles
envelopes, eram sorteados por fiscais que podiam fiscalizar os agentes
económicos emitentes. Por sua vez, o contribuinte ou contribuintes finais, contemplados,
seriam reembolsados do IVA, respeitante às transacções efectuadas, mais um
pequeno bónus.
Desta forma, os
cidadãos fiscalizavam-se entre si, sem custos para o Estado.
O hábito, a ser
interiorizado, se houvesse incentivo, para os contribuintes exercerem a sua cidadania,
e fosse enfatizada a falta de ética que é receber valores, sem a contrapartida
do respectivo suporte documental, conduzia, naturalmente, a uma cultura fiscal
responsável.
Percebo a
urgência do governo, em aumentar a receita, para cumprir o acordo firmado com a
Troika, e o IVA garante-lhe encaixe imediato. Porém, não se vêem aqueles que foram
beneficiados com o descalabro, dos últimos anos, serem obrigados a devolver,
pelo menos, parte das benesses imorais, que receberam, nomeadamente, de
empresas públicas com elevados prejuízos acumulados.
O abrandamento da
procura interna inviabiliza muitos negócios e, como resultado, vai haver mais
falências e mais desemprego. Nesta perspectiva, o choque devia ser de curta duração
e dar lugar, o mais rapidamente possível, à suavização da carga fiscal, para animar
o mercado interno e oxigenar a economia.
Com a economia a contrair-se, há menos impostos para
cobrar!
Henrique Coelho
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