Notícias de
Albufeira, 15 Mai 2011
Ainda é Altura para Reparar Equívocos
Do lote de maus
políticos que governaram Portugal, desde a revolução, destaco o actual executivo.
De facto, nos últimos anos, o País foi premiado com um clima promíscuo, adverso
ao desenvolvimento e recheado de imbróglios sofisticados que lesaram o Estado.
Numa altura em
que a discussão sobre o enriquecimento ilícito está na ordem do dia, os abusos
que acabam reflectidos nas contas públicas, não deviam passar impunes.
Em vez deste
governo ter pretendido elevar os valores da despesa, por ajustes directos, ou
seja, sem concursos públicos, teria tido outro brilho se incumbisse os conselhos
de gestão das empresas públicas, em situação de colapso financeiro, a recuperarem
os prémios imorais, atribuídos aos seus quadros, desde 2005 inclusivé.
A questão é deveras
séria. Qualquer destes prémios equivale a muitos anos de trabalho, para um
cidadão comum. Não é justo manter nível elevado de regalias, a uma classe de
privilegiados, e enriquecer um punhado de “boys”
que tem vindo a crescer, à custa de contribuintes “à rasca”.
A dureza da
crise justificava a medida e a sua execução ajudava, o Senhor Ministro das
Finanças, ainda em funções, a reparar mais estes “equívocos”.
Contrariando o
que impôs a si próprio, o Senhor Ministro não pediu ajuda externa, quando os
juros bateram nos 7%, porventura encorajado pelo “patriotismo do chefe”, ou
para não prejudicar o negócio da banca.
De facto, os
bancos lucraram muito com os leilões da dívida soberana. Ainda assim, a descida
abrupta dos seus ratings, com consequências na necessidade de terem de reforçar
garantias, criou-lhes dificuldades. Ao sentirem a iminência de faltar liquidez,
os banqueiros ordenaram o Governo a antecipar o pedido de ajuda, à Comissão
Europeia, também para reforçar os capitais próprios das suas instituições.
Nas primeiras
declarações que o Senhor Ministro das Finanças proferiu, depois de formalizar o
pedido tardio e do Eurostat já ter revisto o défice de 2010, para 8,6%, entretanto
fixado nos 9,1%, pelo INE, não perdeu a oportunidade de culpar a oposição, na tentativa
de credibilizar arrogância. A seguir, o Senhor Primeiro Ministro, como
responsável máximo da política do governo, numa comunicação a seu jeito,
também, “deu o dito por não dito”, em nome do que era melhor para a nação.
Estou convencido
que os portugueses perceberam os ziguezagues destes governantes e já estão, suficientemente,
esclarecidos quanto aos culpados da crise política e da situação de colapso financeiro
com que Portugal se depara.
Henrique Coelho
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