sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Albufeira precisa de mais - 7


Notícias de Albufeira, 01 Ago. 2009

    Albufeira Precisa de Mais - VII

    No ano de 1994, o Governador Civil, de então, patrocinou reuniões no Algarve, com o intuito de sensibilizar para a necessidade de haver contenção no ruído. Já nessa altura era evidente o mau estar, a avaliar pela quantidade de reclamações de residentes e de operadores turísticos.
    Na reunião de Albufeira, que teve lugar no Hotel Montechoro, um político da nossa praça, com lugar na mesa, a desempenhar alto cargo do poder autárquico, afirmou que se os bares não tivessem a música alta o desemprego aumentava.
    De facto, daí em diante, em vez de contenção, houve incremento legitimado pela célebre declaração do político.
    Os protagonistas políticos foram mudando. Contudo, os espectáculos públicos, cujos decibéis fazem tremer paredes, têm resistido num desrespeito total pela preocupação, fundamentada, do governador, de há 15 anos.
    Albufeira precisa de ganhar outra consciência, tanto a nível público como privado. A situação evoluiu para um tal desajusto, que há quem fale de turismo de qualidade.
    Foram cometidos erros que banalizaram a imagem da marca turística e, consequentemente, interferiram na qualidade dos turistas e na performance da economia. As receitas dos estabelecimentos estão, hoje, bastante degradadas, quando comparado com tempos áureos.
    Há mais facilidade de penetração nos mercados. Ainda assim, os hoteleiros continuam dependentes dos outros operadores. Oxalá, não aconteça nada de grave às companhias aéreas LowCost.
    A situação é séria, também, ao nível da representatividade. As associações empresariais, de índole regional, não têm contribuído para o destino melhorar o desempenho e a sua estabilidade. Não têm sido capazes de se organizar e reclamar medidas responsáveis, para debelar a crise. Não estão vocacionadas para entender as especificidades dos concelhos e o facto de serem duas, no Algarve, retira-lhes capacidade reivindicativa e facilidade para negociar com os seus interlocutores.
    De tudo isto, Albufeira tem razões de queixa e, por isso, precisa de mais.
    
     

      Henrique Coelho

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