Notícias de Albufeira, 15/Abr/ 2009
Como Melhorar a Saúde e Combater o
Desemprego
Para desanuviar
a agenda local, permitam-me que aborde uma questão nacional.
Houve uma
tentativa de reforma, na área da saúde, que consistiu em concentrar meios e
encerrar equipamentos. Se o modelo pretendia encaminhar os pacientes, mais
rapidamente, para onde são providenciados melhores cuidados, também, retirou-lhes
proximidade, criou congestionamentos, e provocou insegurança.
A contestação
pública, nesta matéria, com o ênfase de alguns autarcas, fez cair o ministro e
a dita reforma abortou. Ainda assim, continua a humilhar as mulheres grávidas, das
áreas fronteiriças, que são obrigadas a dar à luz em Espanha.
A figura do
médico de família, na maioria dos casos, está desajustada das necessidades e dos
objectivos. Era mais eficaz disponibilizar, em rede, o historial clínico dos
utentes, e serem estes a escolher, num leque suficientemente alargado, os
prestadores autorizados, para os seus cuidados de saúde.
Nesta
conjuntura de crise, em vez de encerrar serviços de proximidade, era oportuno
uma verdadeira reforma, com a participação do sector privado. A medida teria
efeito favorável, imediato, na criação de emprego, em todo o País. Simultaneamente,
seriam encerrados os serviços desnecessários.
Não se trata
de privatizar a saúde. Era uma forma dos sectores público e privado ampliarem a
co-habitação, na mesma área, sem parcerias, obedecendo às mesmas regras. Os
utentes beneficiavam, em todos os aspectos.
A saúde tem
custos elevados e não é correcto que os utentes estejam todos no mesmo plano de
igualdade. Fazia sentido criar escalões, para a responsabilização parcial de
custos, a partir de rendimento base aceitável.
A penalização
efectiva, dos utentes com maiores rendimentos, era a forma solidária de viabilizar,
a solvência financeira do sistema, e de garantir a celeridade e maior eficácia,
dos cuidados de saúde, para todos. Estes utentes tinham a possibilidade de
negociar, a cobertura do seu risco, com as seguradoras.
O Ministério
da Saúde criava plataformas regionais, de gestão operacional e administrativa.
Instituía a Rede Nacional de Saúde, que consubstanciava as unidades privadas
aderentes e os actuais equipamentos públicos, dependentes de directrizes regionais,
mas com gestões autónomas e orçamentos próprios, na base dos respectivos
desempenhos. Todas as unidades aderentes estariam “online”, com os bancos de dados regionais, respectivos.
O modelo
global, que gostaria de ver implementado, assenta, basicamente, na organização
de métodos e de conteúdos, com recurso às tecnologias de informação e de comunicação,
e na evolução positiva, de posturas e atitudes, naturalmente, também impulsionadas
pela necessidade de conquistar mercado.
Não devo
apresentar mais detalhes, mas acrescento que seria estimulante, para um grupo
pluridisciplinar competente, empenhar-se num projecto com esta ambição.
O Ministério
concedia licenças ao sector privado, para a abertura de unidades de saúde, com diferentes
tipologias, em função das necessidades nacionais. Estas unidades privadas tinham
de aderir, à RNS, por um período mínimo de cinco anos. Terminado esse período,
as unidades teriam vantagens em continuar integradas.
No desempenho
da sua autoridade e através da sua estrutura descentralizada, regulava e
inspeccionava todo o processo, desde as fases de candidatura e projecto à verificação
da capacidade operacional das unidades licenciadas, e auditava as prestações dos
serviços aos utentes.
Organizava-se
com a Ordem dos Médicos, e demais interessados, para que outros ramos da medicina,
dita alternativa, fossem admitidos e deixassem de pertencer a um sector, com
rosto e bons resultados, mas, deficientemente, tributado.
Contratualizava
e negociava tarifários de serviços e de produtos, com todos os aderentes,
públicos e privados, da RNS.
O Ministério
assumia o pagamento integral, aos prestadores públicos e privados, pelas
prestações dos serviços aos utentes e enviava extracto mensal, cujo valor a cargo
do utente, se fosse o caso, seria cobrado, por um qualquer meio disponível para
o efeito.
Atendendo à falta
de médicos, os alunos dos estabelecimentos de ensino, públicos e privados, a
frequentarem o 9º.ano de escolaridade que revelassem vocação, para medicina, através
de teste psicotécnico, deviam ser incentivados a entrar na área da saúde e serem
acompanhados adequadamente.
Henrique
Coelho
Sem comentários:
Enviar um comentário