Notícias de Albufeira, 15/Nov/2008
Albufeira
Precisa de Mais - II
Parte
A Apal não
tem filosofia própria, nem exerce qualquer tipo de influência, na definição do
produto e na consolidação da marca turística.
Não se mostrou disponível, para ajudar a acender a
chama do diálogo, e permitir a criação, sob a sua égide, de “Centro de
Pensamento”, para a tomada de consciência dos seus Associados, sobre o que
envolve o “core” da economia do
concelho. Ainda hoje, esta necessidade é bem evidente.
Prova desse
défice, foi a participação do seu delegado, à conferência, sobre “Turismo e
Desenvolvimento Local”, promovida pela Autarquia, no passado dia 26 de Setembro,
cuja intervenção, revelou a falta de argumento válido, da Estrutura.
Na Assembleia-Geral
Extraordinária da Apal, de 8 de Outubro p.p., a marca “Turismo de Albufeira”
perdeu mais uma oportunidade para os seus problemas serem debatidos e ser avaliada
a viabilidade da estrutura, que a representa.
Foi dado um passo
em falso, com a aprovação da alteração do Regulamento de Jóias e Quotas, para
baixar as quotas altas, e revisão de Estatutos, para serem atribuídas mais incumbências.
Quanto à quotização,
percebe-se que os crentes já não estão tão disponíveis.
No que respeita
à revisão dos Estatutos a situação é mais grave. Efectivamente, num acto pouco
reflectido, foi dada capacidade para a Apal exercer, actividades económicas, por si ou em associação com outras
entidades.
Nos termos
dos Estatutos, Art.2º., Cap.I, a sua natureza é “sem fins lucrativos”. Nestas condições a alteração aprovada,
em Assembleia-Geral, é contra-natura.
As votações,
na Apal, só não continuam a ser, todas, por unanimidade, porque o estado de
graça terminou, na última eleição dos Órgãos Sociais, e passei a abster-me. É
justo referir, que houve outro Associado, que também se absteve, nessa eleição.
Isto é mais um dado, para avaliar o crédito que a Associação merece.
Desta vez,
nem a unanimidade da votação, conseguia resolver a incompatibilidade, que é cobrar
quotas e ser concorrente, no mesmo palco. Nunca o desaforo tinha ido tão longe.
Efectivamente, estamos perante uma situação de desrespeito dos Estatutos, e
perda de legitimidade, para a Associação representar os Associados.
A Apal quer implementar
central de reservas, com recurso às novas tecnologias. A este propósito quero
expressar o meu apreço, aos seus executivos, pela dedicação e empenho. Mas, duvido
do sucesso da iniciativa.
Com efeito, isto
já significa a entrada numa área de negócio. E, mesmo que o serviço seja
gratuito, pode desconfortar associados.
Para o produto
conquistar mercado, necessita de visibilidade e de ser atractivo, o que requer
capacidade de investimento. Entretanto, a Apal não tem disponibilidade
financeira para acudir, sequer, às suas atribuições primárias.
Concordava
com a iniciativa, se ela fosse protagonizada por parceria, a partir das
empresas do concelho, numa perspectiva de investimento.
Desta forma,
percebe-se a necessidade de organização de representatividade empresarial,
multi-sectorial, de âmbito local, na função de observatório, com visão de
globalidade e pragmatismo económico, numa base racional.
Capaz de
mobilizar os associados, para interpretarem e participarem no debate das
questões prementes. Incentivar novas culturas, empresarial e de investimentos,
exercer diplomacia de negócios, e estabelecer cooperação com outras entidades.
O
crescimento económico e demográfico do concelho é factor de regozijo. Mas,
também deve constituir preocupação, para todos, o facto de estas realidades
dependerem, totalmente, do mesmo vector económico.
Uma
estrutura representativa, de âmbito local, entendia melhor a especificidade
económica do concelho. Ajudava a canalizar sinergias do turismo, para outros sectores
de actividade, e fazia baixar o risco do investimento.
Está nas
mãos dos Associados darem-lhe o estatuto, para a Apal ser útil, no campo da
representatividade empresarial, e suprir a lacuna existente. Na função actual,
já demonstra desorientação e nunca será uma mais-valia, para a marca turística.
(Continua da
próxima publicação)
Henrique
Coelho
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