quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Albufeira precisa mais - 2

Notícias de Albufeira, 15/Nov/2008

    Albufeira Precisa de Mais - II Parte

    A Apal não tem filosofia própria, nem exerce qualquer tipo de influência, na definição do produto e na consolidação da marca turística.
Não se mostrou disponível, para ajudar a acender a chama do diálogo, e permitir a criação, sob a sua égide, de “Centro de Pensamento”, para a tomada de consciência dos seus Associados, sobre o que envolve o “core” da economia do concelho. Ainda hoje, esta necessidade é bem evidente.
    Prova desse défice, foi a participação do seu delegado, à conferência, sobre “Turismo e Desenvolvimento Local”, promovida pela Autarquia, no passado dia 26 de Setembro, cuja intervenção, revelou a falta de argumento válido, da Estrutura.
    Na Assembleia-Geral Extraordinária da Apal, de 8 de Outubro p.p., a marca “Turismo de Albufeira” perdeu mais uma oportunidade para os seus problemas serem debatidos e ser avaliada a viabilidade da estrutura, que a representa.
    Foi dado um passo em falso, com a aprovação da alteração do Regulamento de Jóias e Quotas, para baixar as quotas altas, e revisão de Estatutos, para serem atribuídas mais incumbências.
    Quanto à quotização, percebe-se que os crentes já não estão tão disponíveis.
    No que respeita à revisão dos Estatutos a situação é mais grave. Efectivamente, num acto pouco reflectido, foi dada capacidade para a Apal exercer, actividades económicas, por si ou em associação com outras entidades.
    Nos termos dos Estatutos, Art.2º., Cap.I, a sua natureza é “sem fins lucrativos”. Nestas condições a alteração aprovada, em Assembleia-Geral, é contra-natura.
    As votações, na Apal, só não continuam a ser, todas, por unanimidade, porque o estado de graça terminou, na última eleição dos Órgãos Sociais, e passei a abster-me. É justo referir, que houve outro Associado, que também se absteve, nessa eleição. Isto é mais um dado, para avaliar o crédito que a Associação merece.
    Desta vez, nem a unanimidade da votação, conseguia resolver a incompatibilidade, que é cobrar quotas e ser concorrente, no mesmo palco. Nunca o desaforo tinha ido tão longe. Efectivamente, estamos perante uma situação de desrespeito dos Estatutos, e perda de legitimidade, para a Associação representar os Associados.
    A Apal quer implementar central de reservas, com recurso às novas tecnologias. A este propósito quero expressar o meu apreço, aos seus executivos, pela dedicação e empenho. Mas, duvido do sucesso da iniciativa.
    Com efeito, isto já significa a entrada numa área de negócio. E, mesmo que o serviço seja gratuito, pode desconfortar associados.
    Para o produto conquistar mercado, necessita de visibilidade e de ser atractivo, o que requer capacidade de investimento. Entretanto, a Apal não tem disponibilidade financeira para acudir, sequer, às suas atribuições primárias.
    Concordava com a iniciativa, se ela fosse protagonizada por parceria, a partir das empresas do concelho, numa perspectiva de investimento.
    Desta forma, percebe-se a necessidade de organização de representatividade empresarial, multi-sectorial, de âmbito local, na função de observatório, com visão de globalidade e pragmatismo económico, numa base racional.
    Capaz de mobilizar os associados, para interpretarem e participarem no debate das questões prementes. Incentivar novas culturas, empresarial e de investimentos, exercer diplomacia de negócios, e estabelecer cooperação com outras entidades.
    O crescimento económico e demográfico do concelho é factor de regozijo. Mas, também deve constituir preocupação, para todos, o facto de estas realidades dependerem, totalmente, do mesmo vector económico.
    Uma estrutura representativa, de âmbito local, entendia melhor a especificidade económica do concelho. Ajudava a canalizar sinergias do turismo, para outros sectores de actividade, e fazia baixar o risco do investimento.
    Está nas mãos dos Associados darem-lhe o estatuto, para a Apal ser útil, no campo da representatividade empresarial, e suprir a lacuna existente. Na função actual, já demonstra desorientação e nunca será uma mais-valia, para a marca turística.

(Continua da próxima publicação)


Henrique Coelho

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