Albufeira contínua encalhada.
Devido à vocação turística o investimento privado, no sector
imobiliário, fez-se sentir nas últimas décadas. Nalguns casos, colidiu com as melhores
regras do ordenamento e atentou contra a sustentabilidade da economia.
A Autarquia não impôs ordem na casa nem exerceu pedagogia. Permitiu tudo,
em função da sua ganância de obter receita para gastar em extravagância.
Não ponderou as prioridades do investimento público muito menos percebeu
a necessidade de valorizar o produto.
Nestas condições, a economia local continua a ser vítima da sazonalidade
e da falta de competitividade do destino. Estes entraves têm-se reflectido na
necessidade dos negócios ajustarem tarifários em baixa.
O facto de ainda não estar a ser apresentado, publicamente, um conjunto
de projectos, necessários, elaborados por técnicos da Autarquia, demonstra vazio
de ideias.
Albufeira contínua encalhada.
Admitindo que o ajustamento, sentido pelos munícipes, liberta meios para
cumprir as responsabilidades contraídas, no âmbito do PAEL, a Autarquia já devia
estar preparada para candidatar bons projectos aos fundos da União e recorrer ao
excesso de liquidez da banca.
O executivo camarário não percebe a importância que o seu dinamismo pode
ter, também no contágio a investidores privados, e o concelho corre o risco de
não reunir as condições para aceder às facilidades da actual política monetária
do Banco Central Europeu.
Não foi por acaso que em 30 de Maio de 1994, na carta que dirigi ao
Senhor Governador Civil de Faro, publicada no meu blogue, disse que os autarcas
careciam de formação específica. Agora, 21 anos depois, o PSD veio dizer o
mesmo num semanário de referência nacional.
Jan.2015 - Henrique Coelho