sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Obras falhadas

Notícias de Albufeira, 15 Mar. 2010

    Obras Falhadas.

    O facto de gostar da terra que me viu nascer, há já alguns anos, impõe a responsabilidade de preocupar-me com as grandes e pequenas causas que lhe dizem respeito.
    Feito este pequeno desabafo, importa dizer que bastou, apenas, um ano para o tempo me dar razão.
    Na edição de 4 de Fevereiro p.p., de jornal diário nacional, foi noticiado o encerramento do Elevador da Praia do Peneco.
    De facto, no meu artigo de 01/02/2009, publicado neste Jornal, já alertava para a possibilidade desta ocorrência, tal como passo a citar:
   “A localização do elevador da Praia do Peneco não podia ser pior e vai provocar desconforto para a maioria dos utentes. Tanto o equipamento como o passeio de acesso estão perto da rebentação do mar e podem ficar isolados, se combinarem-se três situações: desassoreamento, maré alta, e sueste forte”. Fim de citação.
    No mesmo artigo, referi o pontão que protege o areal da Praia dos Pescadores e constitui travão para o mar não atingir a Meia Laranja. Mais tarde ou mais cedo, os pilares avançados desta infra-estrutura acabarão por ceder de novo e comprometer a parte da plataforma, desnecessária, que serviu para encarecer a obra.
    E, ainda, fiz referência à falta de, pelo menos, um pontão com pedra solta, na praia da Inatel, para preservar o areal. A comprovar esta necessidade estão os danos que aconteceram, há dias, causados pela fúria do mar, ao edifício da Intel e ao apoio de praia próximo.
    No suposto arranjo, para consolidar a arriba do canal da Marina, possivelmente, não foi tida em conta a hipótese de haver infiltração, a partir da caixa de esgoto no plano superior. O insólito terá acontecido e a cedência do terreno resultou no deslizamento que, também, dei conta neste Jornal, em Setembro do ano passado.
    Entretanto, passou mais de meio ano e a situação agravou-se. Há agora maior perigo para quem circula, diariamente, na estrada contígua.
    Se o problema é encontrar o responsável pela deficiência da obra, também devia haver mecanismo, para a entidade que detém a posse do espaço, ou a Câmara Municipal, mandar executar o restauro, da anomalia e das suas consequências, e assumir o custo, transitoriamente. Quando fosse encontrado o responsável, era feita a sua regularização.
    Turistas que por aí vagueiam, normalmente apetrechados de meios para captar imagens, e outros transeuntes, vão fazendo a sua apologia. Há já quem pergunte se é necessário haver vítimas, para justificar o início dos trabalhos.
    De entre outras situações, destaco ainda: os bancos, no muro da Esplanada Dr. Frutuosa da Silva, a oferecerem perigo para a segurança das crianças; e o “deixa andar”, aparente, do achado arqueológico na pequena Praça da República.   


Henrique Coelho

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