As Eleições Primárias do PS.
A vitória do Dr. António Costa era esperada. Aliás, a própria
comunicação social já a tinha anunciado, antecipadamente.
A hostilidade do velho clã socialista, que não abdica de protagonismo,
foi determinante, para a derrota do Dr. António José Seguro. Ainda assim, durante
o seu reinado, mostrou seriedade e fez o que podia. A sua última proposta contemplava
a redução do número de deputados da Assembleia da República que era uma questão
candente para os portugueses.
Sobre o acordo proposto pelo Senhor Presidente da República, com o qual o
secretário-geral do Partido Socialista podia ter ascendido ao cargo de primeiro-ministro,
… nem pensar. Agora, com a nova versão, já há quem fale de bloco central. Onde
está a coerência?
Os factos são evidentes. O Dr. António José Seguro há muito que tinha
caído em desgraça, dentro do seu partido, e havia a vontade de favorecer outros
valores.
Neste palco, o que menos conta são os problemas do País.
O Dr. António Costa certamente estava na mira da Presidência da
República. Todavia, começou a perfilar-se outra figura, melhor colocada, e mudou
de azimute.
Percebeu que o momento era adequado para se lançar no ensaio que lhe pode
garantir o cargo de primeiro-ministro e não hesitou em trucidar a primeira vítima.
Os militantes e simpatizantes, que ajudaram a consolidar a sua carreira
política, já o consideram salvador da pátria. Mas, este senhor foi ministro dos
governos que conduziram o País à situação de bancarrota iminente.
Era bom que os portugueses não se esquecessem deste pormenor importante.
Em situação de dificuldade, qualquer mudança de estilo tem facilidade de
colher simpatia, mormente quando as sombras não espontam a caça. Porém, os milagres
não são gratuitos e há o perigo de uma hipotética governação socialista, após
as próximas legislativas, desequilibrar as contas e dos credores voltarem a mostrar
obstinação.
Sem generalizar, diria que os políticos convivem bem com este folclore.
Têm os ordenados garantidos e, quando o baile mandado desacerta, a culpa nunca
é das fífias da sua orquestra.
Já o povo, condenado a ter de entrar nesta dança e a suportar pisadelas
cada vez mais dolorosas, vai-se extasiando com as cantilenas dos sucessivos
salvadores.
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