Notícias de
Albufeira, 01 Mai 2011
FMI & Cª.… Chegaram para ficar.
A estadia que se
estima longa, para as delegações de FMI, FEEF e BCE, em Portugal, contrasta com
o período de paragem da democracia, que a Dra. Manuela Ferreira Leite “propunha”,
não há muito tempo.
Veja-se a
situação difícil em que Portugal se encontra. Em 2012, será o único país em
recessão económica, no mundo.
As causas são
várias e não residem todas em Portugal. As políticas da União, não foram eficazes
na coesão económica. Fala-se em economia de mercado, mas foi adoptado sistema
de quotas que estrangula o objectivo e penaliza os estados membros de menor
capacidade negocial.
A globalização e
os acordos do comércio mundial tiveram as piores repercussões, neste país
periférico, mal estruturado e pouco competitivo. Investidores deslocalizaram
unidades de produção, com grande peso na exportação, e o desemprego subiu em
flecha.
No aspecto
doméstico, as instituições democráticas funcionaram todas mal, - na justiça, na
supervisão e, os governos, de entre muitas falhas, não ajudaram o País a comportar-se
como parceiro credível. Não fizeram as melhores opções, em termos do
investimento público, e não fiscalizaram as aplicações privadas dos fundos
estruturais. Hoje, temos auto-estradas sem tráfego e a economia minguou.
O dinheiro entrou
em Portugal e a sua dinâmica gerou despesismo e facilidade de crédito ao
consumo que desequilibrou, ainda mais, a balança comercial e agravou o défice
externo.
Enquanto a
situação piorava, os governantes usavam e abusavam da comunicação social, para
dizer que o país subia nos rankings e nas estatísticas. Aliás, a comunicação
social que tem contribuído para a transparência, nalguns casos, ainda acolhe falsidades
da política baixa, com vista ao sensacionalismo, e demonstra falta de profissionalismo
ou de independência.
No momento em
que os credores se fartaram da irresponsabilidade, resolveram atacar. Com a presa
ferida, a precisar de mais auxílio, os mercados financeiros foram implacáveis e
o resultado está à vista.
Os portugueses
foram iludidos e enganados. Há dias, já com tudo deslindado e o País no fundo, terão
tido dificuldades para entender o facto do autor principal, das ofensas, ser levado
em ombros, como se de um herói se tratasse. São coisas da política, para outros
resolverem a seu tempo.
A Troika dos
tecnocratas, que está em Portugal, devia vir acompanhada de uma delegação de
juízes do Tribunal Europeu, para o trabalho ser mais perfeito.
Henrique Coelho
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