sábado, 4 de outubro de 2014

FMI & Cª...chegaram para ficar

Notícias de Albufeira, 01 Mai 2011

    FMI & Cª.… Chegaram para ficar.

    A estadia que se estima longa, para as delegações de FMI, FEEF e BCE, em Portugal, contrasta com o período de paragem da democracia, que a Dra. Manuela Ferreira Leite “propunha”, não há muito tempo.
    Veja-se a situação difícil em que Portugal se encontra. Em 2012, será o único país em recessão económica, no mundo.
    As causas são várias e não residem todas em Portugal. As políticas da União, não foram eficazes na coesão económica. Fala-se em economia de mercado, mas foi adoptado sistema de quotas que estrangula o objectivo e penaliza os estados membros de menor capacidade negocial.
    A globalização e os acordos do comércio mundial tiveram as piores repercussões, neste país periférico, mal estruturado e pouco competitivo. Investidores deslocalizaram unidades de produção, com grande peso na exportação, e o desemprego subiu em flecha.
    No aspecto doméstico, as instituições democráticas funcionaram todas mal, - na justiça, na supervisão e, os governos, de entre muitas falhas, não ajudaram o País a comportar-se como parceiro credível. Não fizeram as melhores opções, em termos do investimento público, e não fiscalizaram as aplicações privadas dos fundos estruturais. Hoje, temos auto-estradas sem tráfego e a economia minguou.
    O dinheiro entrou em Portugal e a sua dinâmica gerou despesismo e facilidade de crédito ao consumo que desequilibrou, ainda mais, a balança comercial e agravou o défice externo.
    Enquanto a situação piorava, os governantes usavam e abusavam da comunicação social, para dizer que o país subia nos rankings e nas estatísticas. Aliás, a comunicação social que tem contribuído para a transparência, nalguns casos, ainda acolhe falsidades da política baixa, com vista ao sensacionalismo, e demonstra falta de profissionalismo ou de independência.
    No momento em que os credores se fartaram da irresponsabilidade, resolveram atacar. Com a presa ferida, a precisar de mais auxílio, os mercados financeiros foram implacáveis e o resultado está à vista.
    Os portugueses foram iludidos e enganados. Há dias, já com tudo deslindado e o País no fundo, terão tido dificuldades para entender o facto do autor principal, das ofensas, ser levado em ombros, como se de um herói se tratasse. São coisas da política, para outros resolverem a seu tempo.
    A Troika dos tecnocratas, que está em Portugal, devia vir acompanhada de uma delegação de juízes do Tribunal Europeu, para o trabalho ser mais perfeito.
      

Henrique Coelho

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