sábado, 4 de outubro de 2014

Albufeira precisa mudar de paradigma

Jornal Notícias de Albufeira, 01Nov.2011,

Albufeira Precisa Mudar de Paradigma.

    Tal como acontece no País, as coisas andam mal na nossa terra e é preciso algum voluntarismo, com sentido patriótico, para acudir ao desgaste e ajudar a inverter as tendências negativas.
    É um facto que Albufeira precisa mudar de paradigma. Carece de “grito de alerta” que entoe, civilizada e democraticamente, na política e na economia.
    Neste sentido, exorto os concidadãos que não sejam indiferentes a estas questões, a exercerem a sua cidadania e a não se inibirem de expor os seus pontos de vista.
    As realidades político-partidárias podem não cativar. Ainda assim, tendo em conta as actuais dificuldades, é importante que nos unamos, em torno dos ideais que julgarmos mais credíveis, para exigir respeito pela nossa terra e manifestar a nossa preocupação pelo futuro do País.
    Em conjuntura de crise, a inépcia das instituições e o silêncio de individualidades, supostamente, interessadas no progresso económico e social, são aspectos comprometedores, para o processo democrático.
    A concretizar-se a subida dos impostos, de acordo com a proposta de orçamento do estado, para 2012, a medida vai ser um drama nacional e constituir desastre para a economia do nosso concelho. Sendo o turismo uma actividade estratégica, para a consolidação da dívida, é estranho que o Governo não tenha considerado as taxas de IVA, praticadas no sector, em países concorrentes. Neste caso, o Senhor Ministro da Economia terá de dar explicações desta incompatibilidade com o conceito de incentivos à exportação, que suponho defender.
    Num mundo que se diz globalizado, mas altamente concorrencial, o futuro do turismo de Albufeira não é risonho. Depende, exclusivamente, da capacidade de continuar a despertar o interesse dos mercados e de resistir às adversidades. É previsível que haja oscilação de fluxos, em função do que acontecer lá fora, e já se vislumbra a queda do mercado doméstico, tendo em conta a espiral recessiva da economia nacional.
    Entretanto, o momento é adequado para corrigir erros e reparar as situações menos dignas. Terá de haver um esforço das autoridades, no sentido de ser garantida segurança aos visitantes. São necessárias iniciativas inovadoras e ajustamentos, expressivos, na valorização do produto, e tem de emergir uma nova visão, com outra dinâmica de marketing promocional, para combater a perda de competitividade.
    O concelho tem potencial humano, capaz de organizar e testar métodos, no respeito pela equidade, mas falta instituir fóruns de diálogo, à margem dos órgãos tradicionais, para a sociedade civil esboçar as suas ideias, livremente, e emitir o contributo cívico que a classe política já devia saber escutar.


Henrique Coelho

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