Jornal Notícias de Albufeira, 01Nov.2011,
Albufeira Precisa Mudar de Paradigma.
Tal como acontece
no País, as coisas andam mal na nossa terra e é preciso algum voluntarismo, com
sentido patriótico, para acudir ao desgaste e ajudar a inverter as tendências negativas.
É um facto que Albufeira
precisa mudar de paradigma. Carece de “grito de alerta” que entoe, civilizada e
democraticamente, na política e na economia.
Neste sentido, exorto
os concidadãos que não sejam indiferentes a estas questões, a exercerem a sua cidadania
e a não se inibirem de expor os seus pontos de vista.
As realidades político-partidárias
podem não cativar. Ainda assim, tendo em conta as actuais dificuldades, é
importante que nos unamos, em torno dos ideais que julgarmos mais credíveis, para
exigir respeito pela nossa terra e manifestar a nossa preocupação pelo futuro do
País.
Em conjuntura de
crise, a inépcia das instituições e o silêncio de individualidades,
supostamente, interessadas no progresso económico e social, são aspectos comprometedores,
para o processo democrático.
A concretizar-se a
subida dos impostos, de acordo com a proposta de orçamento do estado, para
2012, a medida vai ser um drama nacional e constituir desastre para a economia
do nosso concelho. Sendo o turismo uma actividade estratégica, para a consolidação
da dívida, é estranho que o Governo não tenha considerado as taxas de IVA, praticadas
no sector, em países concorrentes. Neste caso, o Senhor Ministro da Economia terá
de dar explicações desta incompatibilidade com o conceito de incentivos à
exportação, que suponho defender.
Num mundo que se
diz globalizado, mas altamente concorrencial, o futuro do turismo de Albufeira não
é risonho. Depende, exclusivamente, da capacidade de continuar a despertar o interesse
dos mercados e de resistir às adversidades. É previsível que haja oscilação de
fluxos, em função do que acontecer lá fora, e já se vislumbra a queda do
mercado doméstico, tendo em conta a espiral recessiva da economia nacional.
Entretanto, o
momento é adequado para corrigir erros e reparar as situações menos dignas.
Terá de haver um esforço das autoridades, no sentido de ser garantida segurança
aos visitantes. São necessárias iniciativas inovadoras e ajustamentos,
expressivos, na valorização do produto, e tem de emergir uma nova visão, com
outra dinâmica de marketing promocional, para combater a perda de
competitividade.
O concelho tem potencial
humano, capaz de organizar e testar métodos, no respeito pela equidade, mas
falta instituir fóruns de diálogo, à margem dos órgãos tradicionais, para a sociedade
civil esboçar as suas ideias, livremente, e emitir o contributo cívico que a
classe política já devia saber escutar.
Henrique Coelho
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