Notícias de
Albufeira, 01Jul.2011
A Revolução que fazia falta em Portugal.
Por norma as
revoluções consubstanciam-se em iniciativas armadas, militares ou de outra
índole, com fundamento nas aspirações sociais profundas.
O tipo da revolução que preconizo, para
Portugal, neste momento, é diferente. Ajudava, sobretudo, o socialito a não ter
de entrar com tanto guito, para acudir à situação de autêntica bancarrota, a
que o país foi conduzido.
Refiro-me à
constituição de um Tribunal Especial, por um período de três anos, com hipótese
de prolongar a sua vigência, em função das necessidades. Composto por juízes
portugueses, mas, também, do Tribunal Europeu, para dar acolhimento a queixas,
investigar situações, julgar factos e ocorrências, e condenar os infractores,
que afundaram Portugal. Os veredictos finais não teriam direito a recurso.
Era um método
transparente de repor a verdade e de recuperar os valores que estão em falta
nas suas origens. Há dias, um militar reformado, mostrando-se arrependimento por
ter feito o 25 de Abril, o que lhe retira dignidade, dizia que uma revolução precisava,
apenas, de 800 soldados. Com o meu plano, bastava uma dúzia de individualidades,
envergando togas, para os resultados serem promissores.
O estado do país
resulta da incompetência e dos abusos cometidos por políticos e outros que alternaram
cargos, cada um melhor remunerado que o outro, e, que, em situações extremas,
optaram pela aposentação, com reformas chorudas, vivendo à grande e à francesa,
sem serem incomodados. Enquanto os cidadãos que cumpriram as suas obrigações,
com a corda na garganta, são chamados a mais sacrifícios e, nalguns casos,
atirados para a pobreza.
Há uma panóplia
de questões que merecia ser averiguada: parcerias público-privadas; auto-estradas
sem tráfego e outras obras desnecessárias, para satisfazer construtoras; transferências
para institutos e fundações; cadernos de encargos, que permitiram derrapagens; contratualizações
de outsourcing desnecessário; desempenhos de autarcas, de gestores de empresas
públicas e também de algumas privadas, com elevada dispersão de capital.
Era justo que os
quadros das empresas públicas, com milhões de prejuízos acumulados, que receberam
prémios, anuais, superiores ao que a maioria dos trabalhadores aufere, durante
uma vida inteira de trabalho, tivessem de devolver 90%, desses valores, desde
2005, inclusivé. Com os restantes 10% e os benefícios usufruídos, do capital
alheio, não podiam considerar-se defraudados.
Estou convencido
que o actual governo vai deparar-se com inúmeras fraudes camufladas. É preciso
aprofundar a dimensão real da dívida e as causas devem merecer um tratamento exemplar.
Este passado não
pode ser, pura e simplesmente, perdoado e esquecido porque configura uma herança
desgraçada, de compromisso que tem de ser assumido com dificuldades, para a esmagadora
maioria dos portugueses que não beneficiou de malabarismos.
Nesta
perspectiva, qualquer iniciativa legislativa, quer do governo, quer dos partidos
políticos, que surja no Parlamento, para ser feita a justiça que credibiliza
Portugal e o seu povo, faz sentido e deve ser bem acolhida. Aliás, constituía
estímulo mobilizador, para os portugueses enfrentarem as dificuldades com
alguma serenidade.
A verificar-se falta
de interesse, nesta matéria, ela será reveladora da conivência dos
protagonistas políticos, independentemente, das suas diferenças no discurso.
Nestas condições, o repúdio, inerente, da sociedade civil, será lesivo para a
economia nacional.
Os portugueses
têm o direito ao seu bom nome e o regime democrático sair-se-á muito mal, deste
processo, se não mostrar vontade, para julgar e condenar os infractores que
levaram o país à desgraça.
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