Jornal Notícias de Albufeira, 01/Abr/2009
O
Jogo das Associações
A quantidade
de Associações, que existe em Albufeira, é surpreendente. Há as que estão envolvidas
em boas causas, mas há outras desnecessárias. A acrescentar a este rol, ainda, há
as de âmbito regional, que também gravitam no concelho.
Estão todas
perfiladas na mira do apoio financeiro da Autarquia.
A solidariedade
nesta vertente, não pode ceder a caprichos. Deve contemplar, apenas, as associações
concelhias, que visam o progresso social e económico.
Das
organizações apoiadas, destaco o Clube de Pesca de Albufeira, de âmbito local,
e a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, de âmbito
regional, sediada em Albufeira. As situações não são novas. Mas, nem o tempo dá
razão à sua existência.
O Clube de
Pesca formou-se, no intuito de ser criado espaço, para o convívio dos seus
sócios. A iniciativa seria legítima se os protagonistas assumissem, na íntegra,
os custos do seu capricho. Mas, a ajuda pública ao Clube, cuja visibilidade
reside num estabelecimento com porta aberta, para concorrer com a restauração
de Albufeira, é imoral. A oferta de restaurantes já é excessiva e há riscos de
insolvência.
A
localização das suas instalações não confere vantagens para a prática das
modalidades náuticas. Nestas condições, teria sido sensato dinamizar a secção
de pesca desportiva, domiciliada no Imortal, e os seus impulsionadores fazerem uso
dos restaurantes do concelho, para as suas refeições-convívio.
A AHETA é
uma duplicação de outra associação, também, de âmbito regional, sediada em Faro.
A AIHSA, como se designa, esta última, tem longo historial, na representatividade
do sector hoteleiro e similares, e está acreditada a vários níveis.
A eficácia
que destacadas figuras pretenderam imprimir, a este sector da representatividade
empresarial, teria racionalidade e legitimidade, se contemplasse a estrutura
que já existia. Bastava os protagonistas entregarem programa, e respectivas listas,
à AIHSA, em período pré-eleitoral, e fazerem campanha.
Dessa forma,
era evitada a divisão e disputa pela mesma causa, que enfraquecem a
representatividade empresarial do sector turístico. E, eram poupados recursos
públicos, para apoiar outras carências locais e florir outros jardins.
A
configuração arquitectónica, da sede da AHETA, em forma de “mata-borrão”, pode pronunciar alguma intenção. Do discurso, depreende-se
a vontade de estabelecer compromisso, com a sua congénere, para falarem a uma
só voz. Mostra-se disponível, na partilha dos espaços, para optimizar recursos.
Da sua atitude, resultou o arrendamento de escritório à Apal. Falta a inquilina
colocar reclamo luminoso, na fachada do edifício, para a visibilidade a que
terá direito.
A AHETA resultou
da ambição exagerada, que não respeitou a AIHSA nem o seu espaço natural. E, a
questão tornou-se caricata, quando as duas direcções decidiram fazer crer, que
não retinham rancores, e uniram-se no incentivo, à constituição da Apal, supostamente,
para promover Albufeira.
A esta convergência
inexplicável e manifesta ausência de valores, junta-se-lhe o falhanço da estratégia.
É um facto que a Apal nunca reuniu condições, para cumprir o seu objectivo. O desempenho
é recorrente da sua falta de lógica, como estrutura. E, no historial, contam já
vários episódios que demonstram desorientação.
Por seu
turno, as associações regionais não foram rigorosas, na análise da economia do
concelho, e não perceberam que a estrutura, para promover Albufeira, era uma
aposta perdida.
Falharam no
acompanhamento da Autarquia e induziram os associados em erro, sobre a
contratualização financeira público-privada, estabelecida, para a promoção
externa do Algarve. A versatilidade daquele modelo, tanto no financiamento como
na aplicação dos recursos, não era exequível, e, por conseguinte, faliu.
Na actual
situação, era pertinente a AIHSA e a AHETA, perceberem que a alternativa, para defenderem
as empresas turísticas da região, é as suas direcções voltarem a convergir,
como fizeram no caso da Apal, e encetarem diálogo, para a fusão das duas
estruturas.
O prémio “New Millenium Award”, atribuído a
Albufeira, pelo Trade Leader`s Club, e recebido pelos Senhores, Presidente da
Câmara e Presidente da Assembleia Municipal, no final do mês de Janeiro, em
Espanha, comprova, que é a Autarquia quem exerce a divulgação e promoção, da
marca turística de Albufeira, no exterior.
Esta distinção
veio realçar o último episódio, absurdo, ocorrido na Assembleia-Geral da Apal, de
Dez.`08. De facto, foi estranho observar a rejeição de moção, digna, que
enaltecia a determinação do Senhor Presidente da Câmara e o esforço da
Autarquia, e pretendia incentivar a melhoria da promoção.
Henrique
Coelho.
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