Jornal Notícias de Albufeira, 15Fev.2012
O Filet Mignon, acabou!
Venho afirmando,
desde há muito, que Albufeira precisa de mais. E, para ser mais claro, acrescento
que, esta intuição já velha a fazer história, é a prova do meu inconformismo,
em relação ao percurso que foi traçado para o concelho.
Reconheço a
importância do investimento, realizado, em equipamentos sócio-culturais e
desportivos. Mas, o órgão executivo público, dominante, não entendeu a
especificidade e não se estruturou, em tempo oportuno, numa visão dinamizadora,
capaz de preservar a identidade, promover o desenvolvimento equilibrado, e estimular a economia,
como era seu dever.
Pelo contrário,
sobredimensionou a sua estrutura física, de forma pouco compreensível, com base
em crescimento orgânico, que não terá sido, convenientemente, alojado no seu sistema
informático. Criou encargos desmesurados e contraiu dívida incomportável.
Privilegiou o
sector da imobiliária, na ânsia desenfreada de encaixar receita, sem exercer
pedagogia, com enfoque na vocação turística, e não considerou o risco do
destino se descaracterizar.
Não fez as
melhores escolhas, em função das necessidades prioritárias. Ainda, hoje, com o
País à beira da bancarrota, está a ser construída uma via de ligação, à
E.N.-125, que não trás nenhuma mais-valia. Antes pelo contrário, vai dificultar
a área comercial do Vale Paraíso.
No âmbito de uma apologia
confusa, sobre promoção turística, com destaque para o programa allgarve, que contemplava
interesses estranhos, e, mormente, para as extravagâncias populistas, de iniciativa
local, a autarquia envolveu-se em dinâmicas dispendiosas, do ponto de vista
financeiro.
Há pequenos gestos
mesquinhos de grande significado. Veja-se como a Autarquia, sem disponibilidade
financeira para realizar espectáculos, ainda, tenta manter a sua política de
parcialidade. Pretende aliciar artistas lúdicos, para o centro da cidade, sem o
ridículo de cobrar-lhes taxa pelo uso do recinto.
O executivo
camarário esforça-se por colaborar com os espaços hegemónicos, onde já toda a
gente vai naturalmente, mas falta-lhe sensibilidade para assumir a mesma postura,
em relação ao resto do concelho. É caso para dizer, - “Basta de Ingerência
Populista, Prejudicial à Economia”.
De acordo com os
últimos desenvolvimentos, a Autarquia está numa situação calamitosa e não é,
apenas, da conjuntura. Resulta, em muito, de políticas levadas a cabo e das
opções que acabaram por ter as piores repercussões, também, para a economia do
concelho. Nada que não tenha previsto, e sobre o qual fiz reparos, em momentos oportunos.
Como consequência
da grave situação, já foi aprovada derrama pública, para este ano, quando as debilidades
económicas e financeiras generalizam-se e o índice de desemprego está a bater
recorde nacional.
Vamos ver se quem
comeu “filet mignon”, no passado, não
perde a sua dignidade, nesta recta final, e contenta-se a “amaciar ossadas de vértebras
lombares”, sem desertar.
Henrique Coelho
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