quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Obras na cidade

Notícias de Albufeira, 01/Fev./2009

    Obras na Cidade

    O Município goza de disponibilidade de meios financeiros e, por isso, tem havido obra. Destaco o equipamento social de Creche e Lar de Idosos, na rua José Carlos Ary dos Santos, pelo qual presto a minha homenagem ao Senhor Presidente da Câmara e ao seu Executivo.
    Pena é, que a maioria das obras da Polis não mereça o mesmo elogio.
    Sobre a destruição do Jardim, do Largo Eng. Duarte Pacheco, não adianta repetir-me. Mas, sempre, vou dizendo que nunca é tarde, para emendar o erro e voltar a caracterizar o local mais nobre da cidade.
    Na avenida 25 de Abril, a circulação de trânsito e o estacionamento de veículos, foram preteridos pelo uso da via, como esplanada, apenas, dois meses do ano.
    A área pedonal junto do Cemitério - Estrada da Orada, recentemente requalificada, não foi contemplada com meia dúzia de lugares de estacionamento, que seriam úteis, para quem está de passagem e pretende olhar o mar.
    O projecto emblemático da Polis, para a Praça dos Pescadores, era a demolição do Edifício Albufeira, para animar a imobiliária. Graças a Deus houve bom senso e a desgraça não se concretizou. Como não havia um segundo plano, ficou-se pela vertente pública, com a colocação de escada rolante, para a mobilidade de quem tem facilidade de locomoção.
    A questão torna-se caricata porque, por volta da inauguração deste equipamento, Albufeira foi galardoada, com “bandeira de prata da mobilidade”, pela melhoria das condições urbanas, sobretudo, para as pessoas com necessidades especiais.
    Sem deixar de considerar a indubitável facilidade, que o equipamento oferece aos transeuntes, fisicamente saudáveis, ficou a faltar bom senso para camuflar a modernice. Esteticamente, esta exposição de lata, a céu aberto, é mais uma aberração, a combinar com outras evidências, de fraco gosto, que descaracterizam a nossa terra.
    Já verifiquei que os senhores da Polis têm apetência para a ferragem. Mas, é a Câmara Municipal que vai ter de resolver os problemas da corrosão.
    Tendo a Praia dos Barcos passado a ser, integralmente, usada por banhistas, justificava-se a construção, na Praça dos Pescadores, de parque de estacionamento, de dois pisos, alinhado com a muralha do Cais Herculano.
    A sua cobertura, ligeiramente, acima da cota do Cais Herculano, podia ter vários usos. Nomeadamente, animação diurna e apoios de praia.
    O Pontão não justifica a obra caríssima, de trabalhos hidráulicos, de que está a ser alvo. A protecção do ramal de descarga das águas pluviais para o mar e a defesa da praia não correriam risco, com a simples colocação de pedras soltas. A obra ficava substancialmente mais barata e, ecologicamente, mais correcta.
    O mesmo deve ser adoptado, para proteger o colector de descarga das águas pluviais, a nascente do Hotel Sol e Mar, com rampa de betão para os transeuntes da praia vencerem o obstáculo. A Praia da Inatel, também merecia, pelo menos, um molhe, com cerca de 50 metros, para a protecção do areal.
    Os barcos de cruzeiro de costa, que usam o referido pontão como plataforma para embarcar e desembarcar clientes, podem operar no Porto de Abrigo.

    A localização do elevador da Praia do Peneco não podia ser pior e vai provocar desconforto para a maioria dos utentes. Tanto o equipamento como o passeio de acesso estão perto da rebentação do mar e podem ficar isolados, se combinarem-se três situações: desassoreamento, maré alta, e sueste forte.
    O elevador enquadrava-se melhor, e ficava menos agressivo, no extremo leste da Esplanada Dr. Frutuoso da Silva, perto da porta de acesso ao novo Jardim da Praça Miguel Bombarda, onde a falésia é vertical. Tinha melhor centralidade na praia e era mais eficaz, para as acessibilidades existentes, no ponto superior.
    A decisão terá, certamente, uma explicação que não pode ser de ordem financeira ou de falta de espaço. Ficava mais barato consolidar a falésia, que corria risco de deslizamento, e colocar o ascensor na outra localização.
    As opções são, sempre, discutíveis. Mas, nota-se que há dificuldade, para optimizar soluções e recursos.
    Em Maio de 2002, sugeri à Polis a implementação de teleférico em Albufeira, com permuta de concessão a termo, para exploração privada, sem referir trajectos. Em resposta, a presidente do conselho de administração, da altura, disse que a medida seria bastante agressiva, em termos do impacto paisagístico.
    O elevador venceu as orientações restritivas da Polis, do foro ambiental. Falta agora, trajecto de teleférico, entre este “mamarracho” e o pau da bandeira, para branquear a célebre criação arquitectónica, que cria espanto a toda a gente.    



Henrique Coelho

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