Notícias de Albufeira, 01/Fev./2009
Obras
na Cidade
O Município goza de disponibilidade de meios financeiros e, por isso,
tem havido obra. Destaco o equipamento
social de Creche e Lar de Idosos, na
rua José Carlos Ary dos Santos, pelo qual presto a minha homenagem ao Senhor
Presidente da Câmara e ao seu Executivo.
Pena é, que
a maioria das obras da Polis não mereça o mesmo elogio.
Sobre a
destruição do Jardim, do Largo Eng. Duarte Pacheco, não adianta repetir-me. Mas,
sempre, vou dizendo que nunca é tarde, para emendar o erro e voltar a caracterizar
o local mais nobre da cidade.
Na avenida
25 de Abril, a circulação de trânsito e o estacionamento de veículos, foram
preteridos pelo uso da via, como esplanada, apenas, dois meses do ano.
A área
pedonal junto do Cemitério - Estrada da Orada, recentemente requalificada, não
foi contemplada com meia dúzia de lugares de estacionamento, que seriam úteis, para
quem está de passagem e pretende olhar o mar.
O projecto emblemático
da Polis, para a Praça dos Pescadores, era a demolição do Edifício Albufeira,
para animar a imobiliária. Graças a Deus houve bom senso e a desgraça não se
concretizou. Como não havia um segundo plano, ficou-se pela vertente pública,
com a colocação de escada rolante, para a mobilidade de quem tem facilidade de locomoção.
A questão
torna-se caricata porque, por volta da inauguração deste equipamento, Albufeira
foi galardoada, com “bandeira de prata da mobilidade”, pela melhoria das condições
urbanas, sobretudo, para as pessoas com necessidades especiais.
Sem deixar
de considerar a indubitável facilidade, que o equipamento oferece aos
transeuntes, fisicamente saudáveis, ficou a faltar bom senso para camuflar a
modernice. Esteticamente, esta exposição de lata, a céu aberto, é mais uma
aberração, a combinar com outras evidências, de fraco gosto, que
descaracterizam a nossa terra.
Já
verifiquei que os senhores da Polis têm apetência para a ferragem. Mas, é a
Câmara Municipal que vai ter de resolver os problemas da corrosão.
Tendo a Praia
dos Barcos passado a ser, integralmente, usada por banhistas, justificava-se a
construção, na Praça dos Pescadores, de parque de estacionamento, de dois pisos,
alinhado com a muralha do Cais Herculano.
A sua cobertura,
ligeiramente, acima da cota do Cais Herculano, podia ter vários usos. Nomeadamente,
animação diurna e apoios de praia.
O Pontão não
justifica a obra caríssima, de trabalhos hidráulicos, de que está a ser alvo. A
protecção do ramal de descarga das águas pluviais para o mar e a defesa da
praia não correriam risco, com a simples colocação de pedras soltas. A obra
ficava substancialmente mais barata e, ecologicamente, mais correcta.
O mesmo deve
ser adoptado, para proteger o colector de descarga das águas pluviais, a
nascente do Hotel Sol e Mar, com rampa de betão para os transeuntes da praia
vencerem o obstáculo. A Praia da Inatel, também merecia, pelo menos, um molhe,
com cerca de 50 metros, para a protecção do areal.
Os barcos de
cruzeiro de costa, que usam o referido pontão como plataforma para embarcar e
desembarcar clientes, podem operar no Porto de Abrigo.
A
localização do elevador da Praia do Peneco não podia ser pior e vai provocar
desconforto para a maioria dos utentes. Tanto o equipamento como o passeio de
acesso estão perto da rebentação do mar e podem ficar isolados, se combinarem-se
três situações: desassoreamento, maré alta, e sueste forte.
O elevador enquadrava-se
melhor, e ficava menos agressivo, no extremo leste da Esplanada Dr. Frutuoso da
Silva, perto da porta de acesso ao novo Jardim da Praça Miguel Bombarda, onde a
falésia é vertical. Tinha melhor centralidade na praia e era mais eficaz, para
as acessibilidades existentes, no ponto superior.
A decisão
terá, certamente, uma explicação que não pode ser de ordem financeira ou de falta
de espaço. Ficava mais barato consolidar a falésia, que corria risco de
deslizamento, e colocar o ascensor na outra localização.
As opções
são, sempre, discutíveis. Mas, nota-se que há dificuldade, para optimizar
soluções e recursos.
Em Maio de
2002, sugeri à Polis a implementação de teleférico em Albufeira, com permuta de
concessão a termo, para exploração privada, sem referir trajectos. Em resposta,
a presidente do conselho de administração, da altura, disse que a medida seria
bastante agressiva, em termos do impacto paisagístico.
O elevador venceu
as orientações restritivas da Polis, do foro ambiental. Falta agora, trajecto
de teleférico, entre este “mamarracho” e o pau da bandeira, para branquear a célebre
criação arquitectónica, que cria espanto a toda a gente.
Henrique
Coelho
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