Notícias de
Albufeira, 01/Ago/2010
Futebol no Contexto da Economia do Algarve
Em Julho de
2003 enviei documento, sobre este assunto a Clubes, SAD`s, Câmaras Municipais,
e a outras entidades da região.
Entretanto surgiu o Algarve United, em 2004, cuja
marca pareceu-me forte, mas não vingou. Conforme noticiado, o projecto encerrou
portas em 2006. Para mim, o insucesso ficou a dever-se ao facto da iniciativa não
ter tido ambição regional.
Mantenho-me fiel
à matriz do que apresentei em 2003. Contudo, o tempo sugeriu-me pequenas alterações,
no aspecto organizacional.
Estando a
economia do Algarve dependente do turismo e sendo o futebol uma actividade
desportiva, com grande capacidade de atrair público, é fácil concluir que, uma
cumplicidade alicerçada nestas realidades, seria benéfica para a região. Existem
infra-estruturas desportivas e há que tirar partido dessa mais-valia.
Admito estar a ser,
exageradamente, idealista. Ainda assim, um projecto desta natureza, com
dimensão regional, merecia ser equacionado. E, estou convencido que a
iniciativa teria facilidade de criar dinâmica mobilizadora, conquistar as
forças vivas e a população algarvia.
Este ano, o
Olhanense conseguiu aguentar-se e o Portimonense, também, ascendeu à superliga.
Na época 2010/2011, o Algarve terá dois clubes no escalão mais alto da
modalidade e vai haver competição, na região. Mas, como clubes isolados, com as
dificuldades inerentes à dimensão, duvido que consigam manter-se, nesta
categoria, por muito tempo.
Ninguém estará interessado
em semear dinheiro nos clubes, cujos upgrades minam as capacidades económico-financeiras.
A maioria devia direccionar a aposta para o desporto amador/escolar, com
orçamentos à sua medida.
Por outro lado,
o clubismo já não é condição para os adeptos adorarem a modalidade da sua predilecção
e apoiarem, entusiasticamente, a equipa com a qual são cúmplices.
Para o Algarve ter
futebol profissional, com capacidade de perdurar, bastava fundar Sociedade
Anónima Desportiva, eleger marca emblemática, e designar seus agentes todos os clubes
da região que se tornassem accionistas. E, não seria de desprezar a hipótese da
marca “Algarve United”, ainda, ser rebuscada.
Há, pelo menos, dois
cenários possíveis:
Primeiro: Projecto
de longo prazo, com inicio de actividade desportiva a partir do escalão menor
da modalidade.
Segundo:
Negociação com o clube algarvio, cuja equipa estivesse melhor colocada no
ranking classificativo, para a iniciativa atingir mais rapidamente o patamar
desejável e haver retorno no curto/médio prazo.
A SAD, na fase
inicial da sua actividade, estabelecia acordos com os Agentes (clubes
accionistas), na base de contrapartidas financeiras, para usar as suas infra-estruturas,
nos treinos, competição, e escola de jogadores. Quando a equipa subisse à
divisão de honra, seria negociado contrato de aluguer do Estádio Algarve, para
a infra-estrutura ser usada nos jogos em casa e nalguns treinos.
No aspecto
comercial, era possível a SAD desenvolver merchandising, em parceria com os
Agentes e com a rede de hotéis, mormente, quando a equipa passasse a usar o
relvado do Estádio Algarve. E, a mesma dinâmica servia para incentivar os visitantes
do Algarve a assistirem aos jogos.
A sede social da
SAD devia ser localizada no ponto do Algarve que reunisse condições, para o
efeito, e a comunicação com os Agentes, mais representativos, seria efectuada
por teleconferência, sempre que se justificasse.
Atendendo ao
interesse deste projecto, estou convencido que as câmaras municipais e as empresas
da região estariam disponíveis para subscrever capital social e negociar
patrocínios com a SAD. E, tratando-se de sociedade de capital aberto, os
algarvios não deixariam de participar, na qualidade de investidores, e de se
vincularem a esta realidade desportiva.
A SAD enquadrava-se
num esquema empresarial, cujos investimentos em áreas diferenciadas geravam
reciprocidade de interesses económicos e desportivos. Seria um bom álibi para o
Algarve ver crescer Grupo Económico de dimensão regional.
Os clubes têm
responsabilidades sociais e deviam agir de acordo com o interesse nacional. Entretanto,
os três grandes foram para França, Suíça e Alemanha, realizar jogos de
pré-época. Ficava-lhes bem ter montado arraial em Portugal, nomeadamente, no
Algarve, onde há duas equipas na superliga, com as quais podiam disputar jogos e,
desta forma, ajudavam a economia nacional. Não sei de quem é a culpa nesta
matéria. Mas, esta falta de patriotismo devia inibir estes clubes de quaisquer apoios
públicos.
A região não
pretende atrair pauliteiros diabólicos e dar guarita a batalhas campais. Pelo
contrário, quer que os seus eventos atraiam gente civilizada, em ambiente de
festa. O que aconteceu este ano, na final da Taça da Liga, foi violência
organizada, que espalhou pânico e deixou rasto de destruição.
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