Albufeira precisa de mais - 8

Notícias de Albufeira, 15 Ago. 2009

    Albufeira Precisa de Mais - VIII

    Há acontecimentos que vão marcando a história. O colapso, espectacular, das Torres Gémeas, em Nova Iorque, fez mudar o mundo e nada voltou a ser como dantes. Sucessivos ataques terroristas criaram pânico e lançaram terror. A globalização veio provocar deslocalizações e inspirar engenharias económicas que continuam a afectar toda a gente.

    A crise financeira internacional transformou-se, rapidamente, em pandemia económica, à escala mundial. Noutra vertente, ainda, mais importante, a gripe A vai alastrando e a cadeia epidémica pode criar situações insustentáveis para o turismo.

    Nada disto veio a calhar para as classes médias, que produziam os fluxos turísticos e suportavam os negócios.

    Por outro lado, a pressão natural do desenvolvimento não foi contida e Albufeira não preservou a qualidade da sua marca turística. Não fez opções convincentes, em função das potencialidades, nem delineou estratégias capazes, para contrariar os efeitos das crises e compensar a vulnerabilidade da sua economia.

    Excedeu-se na imobiliária, mormente, na habitação de férias, e colocou o rácio da oferta, em todas as vertentes, exageradamente, acima do índice da procura.

    É frequente, alguma ilusão no desempenho das actividades turísticas. Por norma, a ocupação hoteleira é sobreavaliada, em função da densidade de trânsito, rumo ao sul, e da moldura humana na praia.

    Muitos visitantes não se hospedam nas unidades hoteleiras. Alojam-se nas suas fracções, dos seus familiares, ou dos amigos, e chegam carregados de géneros como se fossem para o deserto, onde nem os camelos encontram repasto.

    Construtores civis e agentes imobiliários serviram-se da imagem, que a marca turística teve no passado. Promoveram diferentes tipologias, com preços para todos os gostos. Realizaram fortunas e pagaram taxas e impostos. Mas, o quadro da economia actual, não é saudável. Na maioria dos casos, apenas, é cumprida a formalidade de pagar o Imposto Municipal sobre Imóveis.   

Henrique Coelho