sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Há muito para melhorar


    Há muito para melhorar

    No início de mais um ciclo da governação autárquica, é oportuno reavivar a “denúncia” do que falta melhorar em Albufeira.
    A divulgação e a promoção da marca turística devem-se, essencialmente, à determinação do político que o concelho tem tido a sorte de ver reconduzido, no cargo de presidente. Porém, a questão carece de cuidados e é pena não ter havido discernimento do sector privado, para esta dinâmica ser melhor aproveitada.
    Há uma mística mal conseguida, entre os sectores público e privado, quando devia haver diálogo franco e aberto que conduzia, naturalmente, a outro entendimento sobre as necessidades da marca turística e da economia do concelho.
    As associações regionais do sector pretenderam fazer crer que não guardavam rancores, entre si. Sentaram-se, as duas, à mesma mesa, conjuntamente com outros protagonistas, para incentivarem a constituição da suposta estrutura de promoção, Apal, e prestaram um mau serviço.
    De acordo com a especificidade económica do concelho, a eficácia da divulgação e promoção da sua marca turística depende do envolvimento da Autarquia e da cooperação de privados. A atitude política comprova a tendência. Por seu turno, já devia ter sido entendida a falta de outro tipo de associação, ou núcleo empresarial de representatividade multi-sectorial, no concelho, para assumir o papel de observatório e contribuir para a racionalidade das iniciativas que interferem com a economia.
    Tem sido dada atenção a outras marcas turísticas. Mas, por enquanto, desfocar da nossa realidade significa perda de tempo. A aposta deve ser muito diálogo e investimento público, em infra-estruturas, para aproveitar as potencialidades e diversificar o produto. Só assim, o destino e a sua economia ganham capacidade para atenuar o efeito das crises.
    A cidade não pode continuar de costas para o mar. O porto de abrigo e a frente marítima não foram objecto de análise adequada. Não foi dada atenção a pormenores importantes que contribuíam para a diversidade do produto turístico e abriam novas oportunidades à economia local. A actual infra-estrutura, de apoio às pescas, está mal dimensionada e duvido que a respectiva operação venha a ter viabilidade económica.

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Henrique Coelho 

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