quinta-feira, 20 de julho de 2017


As Estruturas Partidárias Locais.


20/07/2017

Há muito que as estruturas partidárias locais se alhearam das populações.

Os seus dirigentes mostram desinteresse no engrandecimento dos partidos que lhes dão guarida e não angariam filiados. Preferem “elites” reduzidas que se revezam, à socapa, e ferem as bases da democracia.

São estes senhores que, sem fidelizar eleitorado partidário nem contribuir para a emancipação política, vêm pedir o voto dos cidadãos, quando lhes dá jeito. E, apesar dos resultados serem bastante evidentes, nalguns casos, continuam a não interiorizar que esta forma de condicionar a democracia participativa tem riscos.

Nas autárquicas de 2013, a força política que está, actualmente, a governar a Autarquia de Albufeira sofreu um trambolhão estrondoso. Desceu de 6 para 3 vereadores. Para a governabilidade, respectiva, teve de haver acordo pós eleitoral com o grupo independente que tinha elegido um vereador. Até aí tudo dentro da normalidade. Anormal foi a aliança nupcial, celebrada a seguir, para atribuir pelouro ao adversário (PS).

….E, desta vez? Sendo que, desde então, a inerente estrutura partidária local não melhorou a prestação política e o eleitorado mostra-se insatisfeito … qual será a sua estratégia? Estará já a arquitectar uma aliança estranha, ainda, antes de a campanha ir para a estrada?

No plano nacional, o País tem o conluio da geringonça com acordos manhosos que comprometem a liberdade democrática e o regular funcionamento das Instituições Oxalá isto não resvale, também, para o poder autárquico.

A democracia que todos gostamos deve ser exercida às claras para não produzir maus resultados. Por sua vez, os eleitores merecem respeito e têm o direito de conhecer bem as intenções dos candidatos, antes de exercerem o dever de votar.   

segunda-feira, 17 de julho de 2017


Os Programas Autárquicos Já Estarão na Forja.


17/07/2017

Aproxima-se o período da campanha eleitoral e os respectivos programas autárquicos já estarão na forja.

Longe de mim a vontade de provocar qualquer desarranjo na calendarização das candidaturas que concorrem em Albufeira, mas faço lembrá-las que os eleitores têm o direito de conhecer as intenções dos políticos, nomeadamente, em três pontos fundamentais que não podem ser deixados para o arbítrio dos orçamentos participativos:

1 – Serviços de limpeza, manutenção e conservação dos espaços públicos. (refiro-me à recolha de lixo, estradas, caminhos, passeios públicos, e à ausência de equipamentos de praia a condizer com as exigências do século XXI e do tal turismo de qualidade que se pretende).

2 – Urgência na ligação da cidade à Marina, por frente de mar, nos moldes que tenho referido e que julgo serem conhecidos. Preservava a falésia, resolvia um problema de acessibilidades, era estruturante para a cidade, e constituía upgrade, importantíssimo, no contexto da vocação turística. Mais do que o “Passeio Marginal” foi, no passado, esta obra de requalificação, com as valências que podia acomodar, tornavam-na no ex-libris de Albufeira.

3 – Baixa de Albufeira, subida de nível do mar e consequente dificuldade de escoamento. Os candidatos autárquicos não podem se esquivar de elucidar os eleitores, com clareza, acerca das suas interpretações sobre estas realidades e a forma de as resolver. Fala-se num mega túnel para as eventuais cheias da ribeira, mas essa obra, bem ao agrado de alguns e já com custos financeiros para o Município, não resolve as previsíveis inundações da baixa, cuja tendência é para se tornarem, cada vez, mais frequentes, também, devido à dinâmica do mar que assoreia, constantemente, o ramal de descarga do Pontão. A avaliar pela subida ao longo da costa, estou convencido que o mar acabará por ditar as suas regras, em Albufeira, dentro de poucas décadas. Nesta perspectiva afigurava-se-me mais correcto começar-se já a equacionar uma solução de fundo, para resolver os problemas, em vez de se gastar dinheiro do erário público num túnel que pode não servir para nada. De hora avante qualquer abstracção, ou tentativa para esconder estas realidades, revela a irresponsabilidade política que vai, seguramente, dificultar e onerar as gerações futuras.     

quinta-feira, 13 de julho de 2017


A Baixa de Albufeira e a Subida de Nível do Mar

13/07/2017

Não é a primeira vez que trago este assunto à coacção.

Atendendo à sua importância, insisto na necessidade da baixa de Albufeira ser interpretada, sem descorar a subida de nível do mar.

Ao ver a notícia de que um iceberg com mais de 5.800 Km2 já se soltou da Antártida, percebi que a baixa de Albufeira também está relacionada com este e com outros fenómenos resultantes do aquecimento global.

A folga financeira do Município e o incentivo dos técnicos de alto gabarito que acorreram ou foram chamados a intervir depois da cheia de 2015, despoletou apetência para a construção de um mega túnel da Ribeira para o Mar

Será que esse túnel, só por si, resolvia os problemas?

E as inundações da baixa, cada vez mais previsíveis, no tempo das chuvas, devido às dificuldades de escoamento?

E se o colector de descarga do Pontão que fica constantemente assoreado, por força da dinâmica do mar, começar a meter água salgada para terra?

Estas questões merecem ponderação apurada, para percebermos se, em vez do mega túnel, dispendioso do ponto de vista financeiro, não seria mais sensato pensar-se já na reabertura da antiga foz da ribeira, antes que o mar a redesenhe.

Os problemas da baixa de Albufeira requerem coragem política, determinação e diálogo sério, para o ónus não ser protelado para as gerações futuras.

É oportuno lembrar que os programas das candidaturas à Autarquia, para as eleições de Outubro, não podem ser omissos nestas matérias, sob pena dos eleitores penalizarem os candidatos e as forças políticas que os suportam.
Candidaturas Autárquicas Independentes.
26/06/2017
São cada vez mais as candidaturas autárquicas “independentes”,   por que será:
Por falta de Câmaras e de Juntas de Freguesia para os Partidos satisfazerem a quantidade dos voluntários que querem servir a causa pública?
Fraca empatia com os partidários políticos?
Sendo os partidos o pilar da democracia, não era mais honroso estes voluntários travarem a sua luta no âmbito das organizações políticas, instituídas, de modo a engrandecê-las e aí ganharem adeptos para as suas causas?
Não estarão os ditos independentes persuadidos a mudar o regime?
Por que não usam a facilidade de recolher assinaturas para fundarem um partido novo com ideologia e estatutos à sua imagem?
Apesar da abrangência dos valores, nenhum partido político tem o condão de conseguir o pleno. A escolha faz-se, maioritariamente, por opção ideológica e aceitação de estatutos. Os cidadãos que se intitulam “independentes” não estarão à margem destes pressupostos.
Salvo raras excepções, os supostos independentes não acrescentam melhorias ao sistema democrático. Em caso de derrota eleitoral desaparecem de cena, como ratos, enquanto as estruturas partidárias, vencidas, vinculadas às regras estatutárias, supostamente, exercem oposição e promovem o debate político que devia estar num patamar mais digno.