Notícias de Albufeira, 15/Fev./2009
Porto
de Abrigo
O anteporto
também é de interesse público, por dar abrigo às embarcações de pesca. Esta
simultaneidade de interesses terá aliviado o esforço do investidor da Marina. Porém,
para o sucesso do seu complexo imobiliário, a infra-estrutura tinha de ligar-se
à cidade, por passeio marítimo.
Actualmente,
ir à praia, a partir da Marina, implica embarcar num qualquer meio de transporte
e percorrer quilómetros. Noutras condições, bastava deslocação, a pé, por
percurso agradável, com vantagem inequívoca para o empreendimento.
O interesse
da cidade, também, não foi acautelado. Todos se convenceram, que a Marina era uma
mais-valia, e esqueceram-se de pormenores importantes.
Não perceberam
que o molhe do Farol devia avançar mais 60 ou 70 metros, para o quadrante sul, de
modo a permitir a atracagem de navios cruzeiro, de pequeno porte, que podiam
escalar Albufeira.
A boca
exterior do anteporto, em águas mais profundas, contrariava o seu assoreamento.
Provavelmente, possibilitava a formação de praia, a poente do Farol, e não impedia
que a Praia do Peneco fosse, suficientemente, banhada pelo mar.
De facto,
esta questão estruturante, para Albufeira, merecia ter sido abordada com outro
rigor. Era compreensível que a Autarquia se envolvesse e se disponibilizasse a
negociar parceria, para viabilizar a obra pública, que interessava à cidade.
A extensão
rochosa, entre a marina e o passeio marginal, comportava a infra-estrutura de
apoio à actividade de pesca, cuja obra ainda decorre, mas, também, criava
condições, para outras actividades náuticas, se o molhe nascente tivesse sido
colocado a partir da ponte de fora.
Devido à
predominância do vento de sudoeste, os barcos de recreio passariam a ancorar frente
à Praia do Peneco, à semelhança do que acontecia no abrigo da Baleeira, e a proporcionarem
panorama agradável, para os banhistas e vice-versa.
Sem dúvida, Albufeira
podia ter aproveitado melhor as potencialidades do mar. Criava colosso de
produto turístico, cobiçável, durante todo o ano, e garantia novas
oportunidades, para o desenvolvimento da sua economia.
A
dependência do turismo e a especificidade económica do concelho exigem
pragmatismo e visão dos responsáveis autárquicos, para perceberem que tipo de desenvolvimento
público é necessário.
Neste
sentido, o Executivo Camarário devia procurar entendimento, com as entidades marítimas
e portuárias, de modo a encontrar condições, para ser constituída empresa
municipal, ou de capital aberto, participada maioritariamente pela Autarquia, para
gerir, moralizar, e dinamizar a frente de mar, fora do domínio privado da Marina.
Não se trata
de concorrência. Seria uma forma organizada de complementar e potenciar a
capacidade da oferta de produto, de grande valor, para o turismo.
A mesma empresa
podia, ainda, desempenhar função de âmbito alargado, no concelho, e dinamizar
outros meios, que também traduzissem diversidade de produto, para a
sustentabilidade do turismo e para o sucesso da economia.
Henrique
Coelho,
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