Jornal Notícias de
Albufeira, 10 Abr 2013
Ausência de Diálogo.
Apesar da
receptividade de alguns inputs externos, os dirigentes da Autarquia
escudaram-se na legitimidade dos cargos e, por arrogância ou complexo de timidez,
não mostraram abertura, no passado, para auscultar e comunicar com a sociedade
civil.
A excepção
merecedora de realço foi a atitude digna do actual Presidente da Câmara, ao ter-se
disponibilizado, para se inteirar das necessidades e escutar os anseios dos
munícipes do concelho, nas Juntas de Freguesia.
Aliás, na minha opinião, o Senhor Dr. José
Carlos Rolo, apesar de ter sido menosprezado, pela estrutura do seu partido,
continua a ser uma referência positiva para a maioria dos munícipes do concelho.
Actualmente, na
condição transitória de “barqueiro navegante, em chefe, sob o comando de
almirante, tem sabido manter a nau à
tona, com uma guarnição excessiva, para alimentar, e sem combustível, para
navegar”.
As
representações políticas também não se interessaram em dar atenção à população.
Estamos em ano de eleições autárquicas e políticos da nossa praça, bem
identificados, criaram plataforma paralela, talvez, por não sentirem o conforto
da sua conotação partidária. Ao mesmo tempo, dizem que os partidos têm de se
relacionar com a população, para evitarem a erosão. Isto é demagogia
contraditória. Os partidos fecharam as portas, à cidadania e à militância, para
os seus dirigentes não correrem o risco de perder a exclusividade dominante.
A inerente ausência
de diálogo e a incapacidade da oposição, responsáveis pelo défice de
esclarecimento, a todos os níveis, têm-se repercutido na fraca qualidade das
propostas políticas.
É importante que
haja consciência destes boicotes, cujo divórcio tem sido quebrado, apenas, nos
períodos de campanha eleitoral. E entenda-se que o défice democrático, que está
nas suas géneses, tem prejudicado o debate político e a definição de estratégias
de desenvolvimento para o concelho.
A esmagadora maioria
da população tem maturidade, para perceber que “Albufeira Precisa de Mais”. E, certamente, não estará mais disposta
a deixar-se granjear, com promessas de encher o olho, e a tolerar medidas irrealistas.
Albufeira tem condições,
para melhorar a sua performance, em vários aspectos, se evoluir na vertente política.
Estou convencido que o próximo ciclo não vai ser propriedade de um único
partido e, ao contrário do que alguns possam pensar, este desfecho é benéfico. Promove,
naturalmente, o diálogo democrático.
Qualquer
presidente da câmara que pretenda desenvolver trabalho sério, em prol do
concelho, ganha legitimidade de liderança, se souber escutar os anseios da
população e encorajar os membros do seu executivo a exercerem contraditório,
numa base responsável. A mesma receita serve para o órgão deliberativo.
Henrique Coelho
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