sábado, 28 de novembro de 2015

CHEIA DE ALBUFEIRA 4

Cheia de Albufeira

20/11/2015

A sessão de esclarecimento de ontem à tarde no Auditório Municipal de Albufeira, alusiva aos danos causados pela ocorrência em epígrafe, a meu ver, redundou em confusão e perda de tempo.

O Governo já havia tomado conhecimento dos estragos, através do Senhor Ministro da Administração Interna, e deliberou criar três linhas de ajuda para as vítimas da intempérie.

A Autarquia, por sua vez, de acordo com a informação do seu presidente, também nomeou uma Comissão de Emergência para apoiar os munícipes nas questões burocráticas, encaminhar os pedidos de ajuda e respectivos documentos comprovativos.

A intempérie não atingiu, apenas, as actividades turísticas. Todas as situações foram, certamente, identificadas e estarão a ser tratadas quer através das seguradoras quer do referido pacote das ajudas do Governo.

Neste contexto não me pareceu oportuno o protagonismo de uma associação empresarial, no espaço autárquico, para serem apresentados os contornos do programa de financiamento de projectos turísticos apoiados pelo Turismo de Portugal.

Sou de opinião que a Autarquia reveja os acordos da cooperação bilateral, sob pena de se deixar subordinar a organizações externas e comprometer a autonomia e a sua independência.    

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ÉPOCA BALNEAR

Época Balnear

18/11/2015

Faz hoje um mês que a época balnear encerrou, oficialmente, em Albufeira e o tempo é o que se vê. Sol radiante, água do mar a 19ºc e a temperatura do ar a rondar os 23 graus centígrados.

Há dias, um turista irlandês que resolveu se banhar no mar da Praia do Peneco apareceu a boiar sem vida. Terá sido morte natural. Porém, nas praias vigiadas são evitadas muitas desgraças como a que aconteceu a este turista que não veio a Albufeira para visitar monumentos.

Veja o que publiquei no blogue: www.albufeiranocoracao.blogspot.pt, na última vez que abordei este assunto, em Março de 2015      

Período da Época Balnear.

“O Senhor Presidente da Câmara, acompanhado de outras autoridades civis e militares, anunciou o período da época balnear para este ano: 15 de Maio a 18 de Outubro.

Apesar de o período já ter sido dilatado percebe-se que o produto dominante continua a não ser suficientemente valorizado.

Tem de haver pragmatismo na análise. Quem vem ao Algarve, onde Albufeira se insere, fá-lo por causa das praias e do clima, independentemente da altura do ano. Golfistas e outros que também nos visitam espreitam os momentos solarengos para ganharem algum bronze e, porque não, dar um mergulho.

O combate à sazonalidade passa, em primeiro lugar, pela mestria de tirar partido das potencialidades naturais e melhorar a eficácia do produto primário. Falta fazer muito neste campo. Contudo, no quadro actual, é possível melhorar a oferta.

Houve uma tentativa para os estabelecimentos da cidade estarem abertos, no período da época baixa, mas falta entender o interesse das praias emblemáticas do concelho manterem a operacionalidade dos respectivos apoios, durante o ano, com serviços reduzidos e taxas low cost no inverno.

Algumas concessões pertencem a bares ou restaurantes cuja capacidade de atrair clientela não é afectada com o mau tempo. Antes pelo contrário, a bravura do mar desperta afluência de público. Nestes casos, a viabilidade das explorações deve ser encarada num contexto de inter-partilha sustentável, sendo que as quebras de negócio dos apoios de praia não comprometem o sucesso económico das concessões.

Os visitantes, provenientes de realidades climáticas adversas, é que não podem deixar de ter segurança e sentirem-se defraudados, mormente nos dias solarengos de inverno, sob pena da inerente propaganda negativa reverter em prejuízo para o destino.


ATENÇÃO Á SEGURANÇA

Atenção à Segurança

15/11/2015

O Mundo está a mudar e a segurança pública nalgumas cidades europeias torna-se, cada vez, mais precária.

Portugal é um País periférico, com reduzido impacto mediático no contexto da Europa e do Mundo, o que terá, noutros tempos, salvado os portugueses da guerra.

Albufeira é uma Aldeia quando comparada com as grandes Cidades. No entanto, hoje, como destino turístico bastante conhecido, receptor de visitantes com nacionalidades diferentes, requer cuidados especiais em matéria de prevenção.

No âmbito da segurança e da reputação do destino, não é aconselhável concentrar no centro da cidade excesso de eventos públicos que promovam multidões exageradas.

Não se trata de radicalismo e estou consciente que os estabelecimentos devem ser alimentados de clientes. Contudo, uma boa parte da moldura humana nas ruas que constringe a circulação e não traz mais-valia, para os negócios estabelecidos, pode produzir efeito sugestivo a quem pretenda dar mediatismo internacional às suas causas.

O impacto mediático dos pequenos desacatos e da exposição de figuras com cuequinhas de renda é ínfimo, quando comparado com as repercussões que teria um hipotético ataque perpetrado, na baixa, por comando armado.


Não quero agoirar nenhum mau acontecimento. Mas, tal como a cheia que houve há dias, e as autoridades locais não previram, também nesta vertente, é preferível prevenir do que remediar. 

OS PORTUGUESES SENTEM-SE DEFRAUDADOS

Os Portugueses Sentem-se Defraudados.

14/11/2015

No dia 4 de Outubro, os portugueses votaram e os resultados são os seguintes: Coligação PSD/CDS-PP - 38%,  PS - 32%,  BE - 10%  e  PCP - 8%.

Era bom que a memória não fosse curta.

Nesta votação, para eleger os deputados à Assembleia da República, a Coligação PàF foi, claramente, a força política mais votada, apesar do seu desgaste na correcção das más políticas, implementadas pelo anterior governo do PS, que conduziram a austeridade ainda antes de 2010 e à bancarrota de 2011.

O Partido Socialista foi o grande derrotado, atendendo ao facto do seu líder não ter atingido o objectivo a que se propunha, depois de trucidar o antecessor que tinha ganho duas eleições.

Nestas condições, a haver honestidade política, António Costa teria pedido a demissão e deixava o seu partido seguir o caminho da oposição no parlamento.

No cumprimento da constituição e de acordo com a tradição democrática, o Senhor Presidente da República convidou o líder da Coligação vencedora a formar governo. O líder derrotado do PS chamou-lhe perda de tempo por não estar interessado em negociações, como ficou comprovado, apesar de lhe ter sido manifestada a disponibilidade de haver cedência de pastas ministeriáveis.

A sua opção era outra. Preferiu rebuscar na Constituição a possibilidade de transformar a derrota pessoal em vitória política, com trocadilhos à esquerda, numa aliança contra-natura, para salvar a pele e por ganância de poder.

Em consequência do quadro parlamentar engendrado, o empossado Governo da Coligação caiu, comprovadamente, por falta de ética política e desobediência à tradição democrática que vigorou desde a revolução. Aliás, pelas mesmas razões, já o candidato a Presidente da Assembleia da República, apresentado pela segunda força com assente parlamentar, tinha sido eleito.

Os Portugueses sentem-se defraudados, porque a expressão do seu voto foi adulterada, por políticos que não respeitam as regras do jogo democrático e colocam os seus interesses pessoais acima do interesse nacional.


Atendendo ao descrédito, que está a contaminar a nossa democracia, há o receio dos esforços caírem em saco roto e de Portugal estar a seguir o caminho da Grécia. 

CHEIA DE ALBUFEIRA 3


Cheia de Albufeira

11/11/2015

Pouco mais de uma semana, depois da cheia, e a cidade já começa a ficar de cara lavada, graças à determinação dos Proprietários, esforço do Pessoal da Autarquia, Corpo de Bombeiros, e à solidariedade de gente anónima que merece ser enaltecida.

O sol está radiante como é apanágio da região. Porém, estamos na época das chuvas e o tempo pode mudar a qualquer momento. A Autarquia e a Protecção Civil não podem facilitar nesta matéria. Há que limpar a ribeira, dar atenção às recomendações da APA, e analisar a drenagem das águas pluviais, na cidade.

Pelo que vi aqui no Facebook, alguns comerciantes da baixa estarão a ponderar a hipótese de interpor processo judicial contra a Autarquia. Mas, também esta foi atingida com a intempérie e a factura que lhe cabe não será pêra doce.

Estou consciente que há culpas e que devem ser extraídos ensinamentos para o futuro. Ainda assim, não me parece razoável uma tomada de posição dos comerciantes, neste sentido, sendo que, alguns terão seguros e os outros podem aceder às ajudas prontamente disponibilizadas pelo governo.

Tem de se aceitar que o factor determinante, para a invulgar tragédia do dia 1 de Novembro, foi a chuva intensa durante várias horas. Não é normal na nossa terra. A comprovar está o bom tempo que se tem feito sentir nos últimos dias, o que também pode explicar algum descuido.

Por outro lado, é preciso que haja a percepção de que a Autarquia, ao longo dos anos, tem colaborado com os empresários da baixa, tornando esta área da cidade hegemónica e atractiva, para turistas e outros frequentarem os seus estabelecimentos.

A haver queixas, devia ser dos donos de estabelecimentos fora do perímetro, agora atingido, que desde há muito vêem quebras nos seus negócios e observam a constante correria para o “palco” de eventos apelativos custeados pelo erário público.


HC/.     







MOMENTO POLITICO NACIONAL

Momento Político Nacional

08/11/2015

Portugal vive, actualmente, num circo com trapezistas diabólicos. No lado da assistência, os mais cautelosos têm medo das piruetas exageradas, enquanto os afoitos gostam da tragédia.

É neste cenário aparente que o povo vai desbobinando, nomeadamente aqui no Facebook, esquecendo-se, por vezes, que o ouro de Salazar se esgotou há muito e que Portugal endividou-se, demasiadamente, para continuar a dar espectáculo.

Perceba-se que a austeridade teve início, ainda, no governo do Eng. José Sócrates e apesar de a coligação ter recuperado, nalguns indicadores, após a derrocada de 2011, o País depende muito do exterior e está à mercê dos credores.

Neste contexto, os episódios que se desenrolam à margem da ética política e da tradição democrática, certamente, não agradam aqueles que investiram na nossa dívida e de que Portugal precisa para operações futuras.


Qualquer desajusto que ponha em causa as responsabilidades assumidas pode comprometer irremediavelmente a nossa democracia !!!      

CHEIA DE ALBUFEIRA 2

Dever de Falar Claro

Cheia de Albufeira, 01Nov.2015

06/11/2015

Passada a tempestade, é tempo de fazer contas à vida. Os danos são avultados. As limpezas estão em curso e há equipamentos a substituir. Muitas viaturas também foram danificadas. Para alguns segue-se o diálogo, nem sempre fácil, com as seguradoras.

Os Bombeiros não têm tréguas a esgotar caves e em tudo o que podem ser úteis. O pessoal da EDP e das Telecomunicações também reparam avarias provocadas pela intempérie.      

A Autarquia tem um imenso trabalho a seu cargo. Limpeza dos espaços públicos, remoção dos despojos, repavimentações e eventuais reparações nas condutas da água e dos esgotos.

Felizmente não houve vítimas a lamentar no concelho e o Governo, depois da visita do Senhor Ministro da Administração Interna, já veio dizer que disponibiliza três hipóteses de ajudas.

Olhando para o futuro, diria que não é fácil contrariar a força da natureza, mas é possível tirar ensinamentos desta triste ocorrência.

Não sei se ainda existe a figura de Guarda-Rios. Há anos viam-se os Cantoneiros a limpar as sarjetas e a desobstruir as linhas de água. Hoje, o expediente é outro. Temos um Corpo de Protecção Civil que faz simulacros, mas não se apercebeu ou subestimou o perigo do mastro mais alto do Cerro de Malpique, cuja lâmpada esteve fundida ou avariada, durante vários anos. Agora, mostrou-se incapaz de fazer a leitura de dados difundidos pela meteorologia e apareceu depois da tragédia que só não colheu vidas humanas por ter sido num domingo.  

Atendendo às condições urbanísticas da cidade e à subida do nível do mar, tem de haver uma atenção especial à drenagem das águas pluviais.

1 - É incomportável a água do Pátio e do Cerro da Alagoa escoar para a baixa da cidade. (Algumas ruas parecem rios nos momentos de chuvadas fortes)

2 – Os leitos das linhas de água, mormente a sul da E.N.-125, e da ribeira principal, para onde convergem, têm de estar vigiados e ser limpos, antes da época das chuvas. E devem ser criados desvios colaterais, a montante da ribeira principal, com capacidade de armazenamento permeável.   

3 – As comportas de que se fala terão de ser geridas em função dos fluxos e da capacidade do escoamento, para o mar, através da conduta subterrânea.


Independentemente da capacidade de absorção adoptada nas obras da Polis, estou convencido que a frequência das inundações, na parte baixa da cidade, tenderá a aumentar. Ainda assim, se estes conselhos tiverem eco a consciência de quem está no comando ficará aliviada. O resto está nas mãos de Deus e do São Pedro.

CHEIA DE ALBUFEIRA

Dever de Falar Claro   

Cheia de Albufeira, 01Nov.2015

02/11/2015

O que aconteceu ontem, em Albufeira, foi uma tragédia com danos materiais incalculáveis, felizmente sem vitimas a lamentar. Muita força para todos os atingidos e uma palavra de reconhecimento pelo esforço do Corpo de Bombeiros.

Não adianta apontar o dedo a culpados, quando a natureza está em comando. A baixa da cidade tem dois problemas incontornáveis. É a foz de uma ribeira que pode trazer surpresas, a quem está no seu caminho, e o nível do oceano está a subir.

Veja o que publiquei no Jornal Notícias de Albufeira, em Out. de 2014.

“O Tempo Acabará por Pintar um Quadro Irreversível”


“Se chover em Albufeira como choveu em Lisboa e na Lourinhã, no passado dia 22 de Setembro, será uma calamidade para a população e para o comércio do centro.

O avanço do mar já constitui um problema para o litoral e as mudanças climáticas que se verificam acarretam risco ainda maior, para Albufeira.

O desenvolvimento urbanístico comprometeu a permeabilização dos solos e as águas pluviais encaminham-se para a parte baixa da cidade que tem cada vez mais dificuldade em escoar para o mar.

A principal linha de água foi estrangulada e o canal subterrâneo de descarga deixa dúvidas quanto à sua eficácia, numa situação extrema.

Em vez deste canal, concebido há quase cem anos, devia ter sido permitida a entrada do mar, pela Avenida 25 de Abril e Rua Cândido dos Reis até ao ribeiro, actualmente, Avenida da Liberdade. E serem projectados quebra mares, a nascente do Sol e Mar e a poente do Inatel, respectivamente.

Apesar de o projecto sacrificar algum casario, o Burgo teria ganho um lençol de água, nivelado pelo mar, com capacidade para encaixar as enxurradas de eventuais chuvas intensas.

Hoje, Albufeira tinha uma marina de rara beleza que engrandecia a marca turística e valorizava a sua economia.

As praias, Peneco e Inatel, tinham o resguardo dos referidos quebra mares e o assoreamento natural garantia a sua defesa contra a subida do mar.

Porém, à época do trabalho braçal, Albufeira não tinha recursos.

Já no período das máquinas e da tecnologia a apetência pelo investimento imobiliário visou, apenas, o lucro imediato. A cidade não foi interpretada de forma séria e tanto os executivos camarários, que se sucederam, como os senhores da Polis não deram contributo convincente.

O tempo acabará por pintar um quadro irreversível. Dentro de duas ou três décadas, os prédios vão se degradar e, atendendo à elevada carga fiscal, as famílias não terão capacidade financeira para as devidas reparações. Por outro lado, a água da pluviosidade que atingir a Praça dos Pescadores não será sumida por processo natural e as inundações vão ser uma constante, mesmo que a rebentação do mar seja afastada, com trasfegas de areia”.