quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Albufeira precisa mais - 1

Notícias de Albufeira, 01/Nov/2008

    Albufeira Precisa de Mais - I Parte

    Sendo o turismo a força motora da economia do concelho, da qual todos dependemos, sem excepção, é importante percebermos, que estrutura organizacional deve existir. Tanto para a gestão da marca turística, como para a sua divulgação e promoção, sem descurar o que acontece no plano regional.
    Se, o Senhor Leitor, não está por dentro destas questões, não se preocupe. Há outros, que estão no lado de dentro, “com a cabeça de fora”.
    A minha intenção é, essencialmente, despertar-lhe a curiosidade e fazer com que este assunto, importante, mereça reflexão e seja objecto de discussão alargada.
    Para tal, agradeço a sua atenção, também, para as próximas três publicações, deste Jornal, onde o assunto será tratado, sob o mesmo título.
    No ano de 2004, foi constituída uma Associação, de âmbito local, supostamente, para promover Albufeira e co-integrar experiência, para a promoção externa do Destino Turístico Algarve.
    A iniciativa evidenciou incoerências e falta de ponderação. Em nome da promoção, parece que havia a pretensão de angariar fundos, para realizar espectáculos.
    Isto ficou demonstrado no inicio da actividade da Apal, como se designa a Associação, quando esta se responsabilizou pelo espectáculo de Fim de Ano, num valor superior a meio milhão de euros. Entretanto, também, comparticipado em cerca de 50%, por empresários do concelho e por outras entidades.
    As expectativas eram altas, mas a Estrutura não garantiu verba orçamental, capaz, para continuar a assistir, financeiramente, na vertente dos espectáculos, nem para desenvolver trabalho, visível, no âmbito do seu objecto social.
    Mesmo que a Apal venha a melhorar a implantação, este método de financiamento voluntário continua a ser injusto, tendo em consideração a sua insuficiente cobertura do perímetro geográfico, economicamente, dependente do turismo.
    Por outro lado, contribuições extraordinárias ou donativos, como se queira chamar, são incertos e suscitam dúvidas, a qualquer observador, pelo facto destas atitudes honrosas, na moldura actual, poderem sugerir suspeições de promiscuidade.
    Nesta conformidade, a fraca adesão à Apal, demonstra a sabedoria dos Empresários e representa a resposta firme de uma consciência, que merece ser entendida e deve ser respeitada.
    As Associações Empresariais, de âmbito regional, que incentivaram a formação da Apal, também revelaram pouca vocação e falta de perspicácia, nesta matéria.
    Uma agiu por protagonismo. A outra aliou-se, com medo de perder terreno. E a terceira, concordou com as outras, sem perceber o que estava em causa.
    Faltou uma quarta, de âmbito local, que já devia existir, com visão de globalidade e sentido económico, para apresentar proposta mais coerente.
    Se, o trunfo do seu protagonismo foi a contratualização financeira público-privada, tinham de perceber, que aquela forma de conduzir a promoção não era razoável.

    Foi criada plataforma regional, ATA, presidida pela RTA, para contratualizar e reunir fundos públicos e privados, e promover o Destino Algarve, no exterior.  

    O plano pretendia ser versátil, no financiamento e na forma de investir. Porém, a sua componente privada, já consubstanciava a difícil tarefa de recolher fundos, através de associativismo voluntário, para um investimento que devia ser público.

    Alguém falhou neste processo e espero que tenha tirado as devidas elações. De facto, a versatilidade do plano, acabou por ditar-lhe a sorte que em nada me surpreendeu.

    O património e o know-how, da RTA, não devem ser subestimados. Esta estrutura regional precisava que a sua lei de bases fosse revista e de ser agilizada. Houve eleições e passou a designar-se ERTA. Espero que a nova insígnia não seja, apenas, o rosto de uma simples operação de cosmética.

    A ERTA deve divulgar e promover o Algarve, a nível doméstico e no exterior, com base na dotação, que lhe é devida, em função dos impostos gerados na região. Na operação externa deve haver o cuidado de ser desenvolvido marketing adequado a cada alvo específico. Neste sentido, o apoio logístico institucional, nomeadamente, das respectivas Missões Diplomáticas, para além de saudável, é imprescindível.

    Os privados já têm de promover os seus estabelecimentos. Qualquer esforço adicional deve concentrar-se, em torno das respectivas sub-marcas turísticas, de acordo com objectivos de marketing e características, específicas, de cada uma.

(Continua na próxima publicação)


Henrique Coelho,

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