Notícias de Albufeira, 01/Nov/2008
Albufeira
Precisa de Mais - I Parte
Sendo o
turismo a força motora da economia do concelho, da qual todos dependemos, sem
excepção, é importante percebermos, que estrutura organizacional deve existir.
Tanto para a gestão da marca turística, como para a sua divulgação e promoção, sem
descurar o que acontece no plano regional.
Se, o Senhor
Leitor, não está por dentro destas questões, não se preocupe. Há outros, que
estão no lado de dentro, “com a cabeça de
fora”.
A minha
intenção é, essencialmente, despertar-lhe a curiosidade e fazer com que este
assunto, importante, mereça reflexão e seja objecto de discussão alargada.
Para tal,
agradeço a sua atenção, também, para as próximas três publicações, deste
Jornal, onde o assunto será tratado, sob o mesmo título.
No ano de
2004, foi constituída uma Associação, de âmbito local, supostamente, para promover
Albufeira e co-integrar experiência, para a promoção externa do Destino Turístico Algarve.
A iniciativa
evidenciou incoerências e falta de ponderação. Em nome da promoção, parece que
havia a pretensão de angariar fundos, para realizar espectáculos.
Isto ficou
demonstrado no inicio da actividade da Apal, como se designa a Associação, quando
esta se responsabilizou pelo espectáculo de Fim de Ano, num valor superior a
meio milhão de euros. Entretanto, também, comparticipado em cerca de 50%, por
empresários do concelho e por outras entidades.
As
expectativas eram altas, mas a Estrutura não garantiu verba orçamental, capaz, para
continuar a assistir, financeiramente, na vertente dos espectáculos, nem para desenvolver
trabalho, visível, no âmbito do seu objecto social.
Mesmo que a Apal
venha a melhorar a implantação, este método de financiamento voluntário continua
a ser injusto, tendo em consideração a sua insuficiente cobertura do perímetro
geográfico, economicamente, dependente do turismo.
Por outro
lado, contribuições extraordinárias ou donativos, como se queira chamar, são
incertos e suscitam dúvidas, a qualquer observador, pelo facto destas atitudes
honrosas, na moldura actual, poderem sugerir suspeições de promiscuidade.
Nesta
conformidade, a fraca adesão à Apal, demonstra a sabedoria dos Empresários e
representa a resposta firme de uma consciência, que merece ser entendida e deve
ser respeitada.
As
Associações Empresariais, de âmbito regional, que incentivaram a formação da Apal,
também revelaram pouca vocação e falta de perspicácia, nesta matéria.
Uma agiu por
protagonismo. A outra aliou-se, com medo de perder terreno. E a terceira,
concordou com as outras, sem perceber o que estava em causa.
Faltou uma
quarta, de âmbito local, que já devia existir, com visão de globalidade e sentido
económico, para apresentar proposta mais coerente.
Se, o trunfo
do seu protagonismo foi a contratualização financeira público-privada, tinham
de perceber, que aquela forma de conduzir a promoção não era razoável.
Foi criada plataforma
regional, ATA, presidida pela RTA, para contratualizar e reunir fundos públicos
e privados, e promover o Destino Algarve, no exterior.
O plano pretendia
ser versátil, no financiamento e na forma de investir. Porém, a sua componente privada,
já consubstanciava a difícil tarefa de recolher fundos, através de associativismo
voluntário, para um investimento que devia ser público.
Alguém falhou
neste processo e espero que tenha tirado as devidas elações. De facto, a
versatilidade do plano, acabou por ditar-lhe a sorte que em nada me
surpreendeu.
O património
e o know-how, da RTA, não devem ser
subestimados. Esta estrutura regional precisava que a sua lei de bases fosse revista
e de ser agilizada. Houve eleições e passou a designar-se ERTA. Espero que a nova
insígnia não seja, apenas, o rosto de uma simples operação de cosmética.
A ERTA deve
divulgar e promover o Algarve, a
nível doméstico e no exterior, com base na dotação, que lhe é devida, em função
dos impostos gerados na região. Na operação externa deve haver o cuidado de ser
desenvolvido marketing adequado a cada alvo específico. Neste sentido, o apoio
logístico institucional, nomeadamente, das respectivas Missões Diplomáticas, para
além de saudável, é imprescindível.
Os privados já
têm de promover os seus estabelecimentos. Qualquer esforço adicional deve
concentrar-se, em torno das respectivas sub-marcas turísticas, de acordo com objectivos
de marketing e características, específicas, de cada uma.
(Continua na
próxima publicação)
Henrique
Coelho,
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