Notícias de Albufeira, 01/Jan/2009
Queixas
da Economia
Estamos no
início de mais um ano e é altura para desejar saúde e prosperidade. Mas há
queixas, de anos passados, que não se esquece.
Os
Empresários do concelho têm expectativas legítimas do turismo. Sofrem o efeito
da sazonalidade e não gostam, certamente, de ser tratados como ingénuos que
tenham de segurar a vaca, quando ela dá leite, para os outros virem mamar.
A maioria, dos
eventos musicais nocturnos, em espaços abertos, de iniciativa pública,
significa a deserção de clientes, enquanto supostos privilegiados, também, se queixam
porque as avalanches prejudicam os seus negócios.
Quem se
regozija, pelo facto destes espectáculos atraírem muita gente, sabe que trata-se,
apenas, da deslocação interna de massas, nos picos da ocupação. Ou, estamos
perante uma falha de calendarização e os eventos deviam de realizar-se noutra
altura.
Oxalá, o
programa “Allgarve Edition”, seja uma
experiência a abater.
Esta versão adultera
e desprestigia a marca Algarve e representa
o desvio de fundos que deviam ser usados na verdadeira promoção turística. É mais um plano, engenhosamente arquitectado,
com componentes de propaganda e de marketing territorial, na base da cobiça pelos
recursos públicos, que está enraizada, neste País, de forma generalizada.
Empresários
do ramo artístico, e de outras actividades, pagos pelo erário público, e
patrocinados por marcas, vêm fazer colheitas, em operações relâmpago, que desequilibram
e prejudicam o desempenho da economia local.
Gostava de
ver estes agentes económicos, porque é de negócio que se trata, alugarem o
recinto, contratarem os artistas, e realizarem os espectáculos, na base da
respectiva receita de bilheteira. Sem apoios públicos, tal como os Empresários
de Albufeira gerem os seus negócios.
Com efeito,
um produto pode não ser adequado ou não ter qualidade. Mas, se o seu promotor movimentar-se,
em determinados meandros, e convencer uma certa elite, tem mercado garantido.
A Autarquia deixou-se
influenciar e foi apanhada nesta teia. Não percebeu o comportamento do mercado,
nem se interessou pela sorte da economia local. Muito menos, pensou na preservação
da imagem da marca turística, para o tal turismo de qualidade de que se fala.
Há quem diga
que o Município tem outras incumbências, mormente, de ordem social. Estou
plenamente de acordo. Contudo, para a concretização dessas obrigações, a
economia tem de ser próspera. E, para tal, deve estar defendida.
O resultado
do estudo, encomendado à Universidade do Algarve, sobre a opinião de residentes
e visitantes, relativamente ao espectáculo da passagem de ano 2007/08, logicamente,
foi positivo. Porém, continua-se a desconhecer o impacto do evento na economia
local.
O Fim de Ano
é sempre um momento de descompressão e uma boa oportunidade, para hotéis e similares
apresentarem os seus programas e fazerem algum negócio.
Nalguns
casos, em função das localizações, desfrutando do show de pirotecnia, que complementa, perfeitamente, os programas e constitui
cartaz turístico. Não fossem os eventos musicais, nocturnos, na praia, que contrariam
a tendência do mercado e constituem concorrência estranha.
Ninguém
tenha dúvidas, que é a animação nos hotéis e nos restaurantes, com elencos mais
modestos, que satisfaz e preenche o ego dos visitantes, que qualquer destino deseja
ter como clientes.
Tem de se
concluir que a fasquia foi colocada, exageradamente alta, numa vertente pouco digna,
por quem tinha, antes, no plano interno, de mostrar talento noutras disciplinas
de maior prestígio, para a cidade.
Henrique
Coelho,
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