Jornal de Albufeira, 01 Mar. 2009
Albufeira Precisa de Mais - V Parte
No
seguimento de quatro publicações, neste Jornal, sob o título em epígrafe, que
culminaram na minha proposta, ao Exmo. Senhor Presidente da CMA, para patrocinar
pequena reforma na Autarquia, com vista a optimizar sinergias e melhorar a capacidade
da gestão e da divulgação do produto turístico, quero acrescentar o seguinte:
O
crescimento económico e demográfico do concelho, e a sua especificidade, caracterizados
pela dependência do turismo a 100%, de forma directa e indirecta, requerem ajuda
institucional adequada.
A crise
actual reforça a necessidade de instrumentos, para fazer face a dificuldades
anteriores, resultantes de lacunas, a nível local, e das repercussões de uma
globalização atrevida, armadilhada, e pouco responsável.
Nesta
perspectiva, deve emergir uma nova filosofia, em Albufeira, tanto a nível dos órgãos
públicos, legitimados, como das associações, e dos valores individuais. Impõe-se
uma postura de maior cumplicidade, no tratamento dos assuntos económicos do
concelho que exigem, hoje, mais do que sucesso individual, dedicação à causa, e
boa vontade.
No âmbito
autárquico, falta uma Direcção de Economia, para dialogar
com empresários. Servir de alavanca teórica, para o desenvolvimento efectivo do
concelho, e incentivar a diversificação da base da economia.
Dar apoio
logístico, e assessorar o Executivo Camarário, nas questões relacionadas com as
actividades económicas. Desenvolver estudos, sobre investimento privado, em diferentes
áreas, privilegiando a inovação e a optimização das potencialidades.
Fomentar o conhecimento,
e promover maior esclarecimento, através do patrocínio de encontros com
empresários, associações, organismos públicos, e a banca. Exercer diplomacia
económica, e incentivar a formação de parcerias, se necessário.
Tendo
Albufeira se intitulado “Capital do
Turismo”, o vector económico que suporta o título devia merecer maior visibilidade
e ser considerado, no plano institucional.
A Direcção de Economia, agora referida, e
a Divisão do Turismo, Cultura, Animação e
Desporto, que sugeri noutros momentos e propus no IV capítulo, deste
título, anteriormente publicado, constituíam plataforma do âmbito autárquico, com
dimensão adequada, para dignificar a marca turística e prestigiar Albufeira.
Esta
Estrutura, enquadrada no circuito turístico da cidade, com “lay out” apelativo, devia contemplar: recepção de atendimento,
informação turística e cultural, galeria de arte, gabinetes de trabalho, salas
de reuniões, e pequeno auditório.
A
polivalência operacional e o seu entrosamento natural contribuíam para
optimizar recursos e sinergias e para gerar mudanças de atitude, em relação ao paradigma
do desenvolvimento económico do concelho.
Entretanto,
a Autarquia anunciou investimento público na criação de Parque do Turismo, com auditório
de 1.000 lugares. Teria sido uma boa deliberação no passado. Neste momento, está
desajustado das necessidades reais. O Município já possui o EMA, com capacidade
para quase 1.000 lugares, e os hotéis, em construção, incorporam auditórios e
centros de congressos. Só um tem lotação para 3.500 congressistas.
As fases seguintes
do projecto podem agravar, ainda mais, a conflitualidade de interesses, se
consubstanciarem maior oferta de serviços. A economia de Albufeira, em matéria
de serviços turísticos, não precisa de mais concorrência. Carece de
investimento público na diversificação do produto turístico e na criação de
infra-estruturas desportivas, para a prática de modalidades que atraiam massas
e sirvam para projectar Albufeira.
Está a restringir-se
a um parque de turismo, a atenção que deve ser dada ao concelho. As actividades
ligadas ao turismo, directa e indirectamente, proliferam por todo o lado e os
efeitos desta economia não podem ser ignorados.
É justo
referir as obras que decorrem, actualmente, na entrada principal da cidade, para
melhorar a via, encanar o ribeiro, requalificar a área degradada, e edificar o parque
de estacionamento.
No âmbito
privado, o contributo das associações empresariais tem sido pouco eficaz. Nalguns
casos, contraproducente. É perceptível a falta de haver diálogo, e discussão
séria, sobre aspectos específicos, para serem legitimamente assumidas posições,
de lobby, consentâneas com o superior
interesse económico do concelho.
Os órgãos de
comunicação social, locais, também, deviam ser mais interventivos. A falta de
meios pode dificultar-lhes a acção. Contudo, estou convencido que outra postura,
com maior sentido de oportunidade, não criava constrangimento. Pelo contrário, uma
atitude mais contundente garantia-lhes o estatuto e a razão da sua existência.
Nomeadamente,
as Estações de Rádio que dão música à comunidade podiam apresentar grelha de
programação com conteúdos mais interessantes. Destaque para debates generalistas,
e sobre economia, de âmbito local, para haver mais esclarecimento e maior consciencialização
para os problemas do concelho.
O eco
nacional, de algumas notícias locais, por norma, fica a dever-se ao trabalho
destes veículos da informação.
Henrique
Coelho
Sem comentários:
Enviar um comentário