Notícias de Albufeira, 01/Dez/2008
Albufeira Precisa de Mais – lll Parte
No aspecto das
marcas turísticas, há quem considere exemplos a seguir, a ATL – Turismo de
Lisboa e Turismo de Barcelona, muito bem apresentadas, pelos seus delegados à conferência,
sobre “Turismo e Desenvolvimento Local”, que se realizou em Albufeira.
O mérito não
lhes é negado e qualquer tipo de intercâmbio, que possa haver, será sempre da
maior importância. Mas, temos de entender as diferenças.
Não há semelhanças
entre Albufeira e as marcas turísticas em questão. Tanto nas potencialidades
dos seus territórios, como nas características das suas economias.
Em
perímetros geográficos, onde o turismo seja, apenas, um vector, entre outros de
peso económico, e hajam objectivos promocionais próprios, justifica-se o
associativismo, para congregar esforços dos interessados. Pelo menos, dos que
têm maior expressão, nas actividades ligadas ao sector. E, pode haver
contributo das Autarquias, respectivas, se estas valorizarem as repercussões do
turismo, que são ímpares.
A realidade
de Albufeira é bem diferente. A sua economia consubstancia-se num quadro económico,
totalmente, dependente do turismo, com empresas de diferentes dimensões,
dispersão da propriedade e diversidade de negócios.
De facto, “Albufeira
Precisa de Mais”. E não adianta continuarmos distraídos.
A marca Turismo
de Albufeira carece de identificação coerente, liderança forte, e de
ser, definitivamente, representada ao mais alto nível.
O facto de o
turismo ser o ícone da fortaleza económica do concelho, deve ser razão
suficiente, para a sua promoção não ficar refém, nem estar dependente, do
comportamento de, apenas, alguns privados e de conjunturas políticas.
Haverá quem
ache que a Autarquia não se deve envolver. Outros dirão, que não é a melhor
opção. Todas as opiniões são legítimas e devem ser analisadas e debatidas, num
processo dinâmico, que se consolide à medida que as consciências individuais
evoluírem.
Desde muito
cedo, fiz tentativas no âmbito da Apal, para haver diálogo e tomada de
consciência, sobre estas e outras questões importantes. Incompreensivelmente,
os Órgãos Sociais, nunca se mostraram interessados.
A minha
posição, sobre esta matéria, não é nova. Tornou-se pública, em Outubro de 2002,
e, daí em diante, apenas, se tem refinado.
Em função da
especificidade económica, entendo ser dever da Autarquia adequar a sua
estrutura, e institucionalizar a divulgação e a promoção de Albufeira, para a
questão ser tratada, como serviço público, com o empenho que ela merece, e ter
financiamento garantido. Independentemente da força política, que estiver a
governar o concelho.
Naturalmente,
a Autarquia, também estará interessada em garantir as melhores condições, para a
economia do concelho e para os seus munícipes.
Tem nos seus
quadros uma equipa jovem com know-how
adquirido, nesta matéria, cujas potencialidades, merecem ser aproveitadas. É a
entidade melhor colocada, para tirar partido das sinergias, dos meios
disponíveis, e promover Albufeira, com eficácia.
Esta vontade
de servir encorajava e transmitia sinal positivo à economia, num gesto de
grande dignidade.
Ao se pretender
que a operação seja co-financiada por privados, percebe-se, também, que a Autarquia
tem condições operativas, e de legitimidade, para implementar a respectiva recolha,
numa base de equidade.
As empresas
têm dificuldades. Ainda assim, estou convencido que para reforçar a posição da
marca turística de Albufeira, numa operação protagonizada pela Autarquia,
estarão dispostas a contribuir, tal como os particulares, desde que o modelo do
financiamento seja credível e o método da sua recolha justo e racional.
As grandes
marcas estabelecidas no concelho, e outras que vêm transaccionar à praça,
também estariam receptivas a contratualizar com a Autarquia avenças anuais ponderadas,
sob forma de taxa, para patrocinarem este desígnio estratégico, na convicção de
aumentar os volumes dos seus negócios.
(Continua na
próxima publicação)
Henrique
Coelho
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