quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Albufeira precisa mais - 3

Notícias de Albufeira, 01/Dez/2008

    Albufeira Precisa de Mais – lll Parte

    No aspecto das marcas turísticas, há quem considere exemplos a seguir, a ATL – Turismo de Lisboa e Turismo de Barcelona, muito bem apresentadas, pelos seus delegados à conferência, sobre “Turismo e Desenvolvimento Local”, que se realizou em Albufeira.
    O mérito não lhes é negado e qualquer tipo de intercâmbio, que possa haver, será sempre da maior importância. Mas, temos de entender as diferenças.
    Não há semelhanças entre Albufeira e as marcas turísticas em questão. Tanto nas potencialidades dos seus territórios, como nas características das suas economias.
    Em perímetros geográficos, onde o turismo seja, apenas, um vector, entre outros de peso económico, e hajam objectivos promocionais próprios, justifica-se o associativismo, para congregar esforços dos interessados. Pelo menos, dos que têm maior expressão, nas actividades ligadas ao sector. E, pode haver contributo das Autarquias, respectivas, se estas valorizarem as repercussões do turismo, que são ímpares.
    A realidade de Albufeira é bem diferente. A sua economia consubstancia-se num quadro económico, totalmente, dependente do turismo, com empresas de diferentes dimensões, dispersão da propriedade e diversidade de negócios.
    De facto, “Albufeira Precisa de Mais”. E não adianta continuarmos distraídos.
    A marca Turismo de Albufeira carece de identificação coerente, liderança forte, e de ser, definitivamente, representada ao mais alto nível.
    O facto de o turismo ser o ícone da fortaleza económica do concelho, deve ser razão suficiente, para a sua promoção não ficar refém, nem estar dependente, do comportamento de, apenas, alguns privados e de conjunturas políticas.
    Haverá quem ache que a Autarquia não se deve envolver. Outros dirão, que não é a melhor opção. Todas as opiniões são legítimas e devem ser analisadas e debatidas, num processo dinâmico, que se consolide à medida que as consciências individuais evoluírem.
    Desde muito cedo, fiz tentativas no âmbito da Apal, para haver diálogo e tomada de consciência, sobre estas e outras questões importantes. Incompreensivelmente, os Órgãos Sociais, nunca se mostraram interessados.
    A minha posição, sobre esta matéria, não é nova. Tornou-se pública, em Outubro de 2002, e, daí em diante, apenas, se tem refinado.
    Em função da especificidade económica, entendo ser dever da Autarquia adequar a sua estrutura, e institucionalizar a divulgação e a promoção de Albufeira, para a questão ser tratada, como serviço público, com o empenho que ela merece, e ter financiamento garantido. Independentemente da força política, que estiver a governar o concelho.
    Naturalmente, a Autarquia, também estará interessada em garantir as melhores condições, para a economia do concelho e para os seus munícipes.
    Tem nos seus quadros uma equipa jovem com know-how adquirido, nesta matéria, cujas potencialidades, merecem ser aproveitadas. É a entidade melhor colocada, para tirar partido das sinergias, dos meios disponíveis, e promover Albufeira, com eficácia.

    Esta vontade de servir encorajava e transmitia sinal positivo à economia, num gesto de grande dignidade.
    Ao se pretender que a operação seja co-financiada por privados, percebe-se, também, que a Autarquia tem condições operativas, e de legitimidade, para implementar a respectiva recolha, numa base de equidade.
    As empresas têm dificuldades. Ainda assim, estou convencido que para reforçar a posição da marca turística de Albufeira, numa operação protagonizada pela Autarquia, estarão dispostas a contribuir, tal como os particulares, desde que o modelo do financiamento seja credível e o método da sua recolha justo e racional.
    As grandes marcas estabelecidas no concelho, e outras que vêm transaccionar à praça, também estariam receptivas a contratualizar com a Autarquia avenças anuais ponderadas, sob forma de taxa, para patrocinarem este desígnio estratégico, na convicção de aumentar os volumes dos seus negócios.

(Continua na próxima publicação)


Henrique Coelho

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