Os Portugueses Sentem-se Defraudados.
14/11/2015
No dia 4 de Outubro, os portugueses
votaram e os resultados são os seguintes: Coligação PSD/CDS-PP - 38%, PS - 32%, BE - 10% e PCP -
8%.
Era bom que a memória não fosse
curta.
Nesta votação, para eleger os
deputados à Assembleia da República, a Coligação PàF foi, claramente, a força
política mais votada, apesar do seu desgaste na correcção das más políticas, implementadas
pelo anterior governo do PS, que conduziram a austeridade ainda antes de 2010 e
à bancarrota de 2011.
O Partido Socialista foi o grande
derrotado, atendendo ao facto do seu líder não ter atingido o objectivo a que
se propunha, depois de trucidar o antecessor que tinha ganho duas eleições.
Nestas condições, a haver honestidade
política, António Costa teria pedido a demissão e deixava o seu partido seguir
o caminho da oposição no parlamento.
No cumprimento da constituição e de
acordo com a tradição democrática, o Senhor Presidente da República convidou o
líder da Coligação vencedora a formar governo. O líder derrotado do PS
chamou-lhe perda de tempo por não estar interessado em negociações, como ficou comprovado,
apesar de lhe ter sido manifestada a disponibilidade de haver cedência de
pastas ministeriáveis.
A sua opção era outra. Preferiu
rebuscar na Constituição a possibilidade de transformar a derrota pessoal em
vitória política, com trocadilhos à esquerda, numa aliança contra-natura, para
salvar a pele e por ganância de poder.
Em consequência do quadro parlamentar
engendrado, o empossado Governo da Coligação caiu, comprovadamente, por falta
de ética política e desobediência à tradição democrática que vigorou desde a
revolução. Aliás, pelas mesmas razões, já o candidato a Presidente da
Assembleia da República, apresentado pela segunda força com assente parlamentar,
tinha sido eleito.
Os Portugueses sentem-se defraudados,
porque a expressão do seu voto foi adulterada, por políticos que não respeitam
as regras do jogo democrático e colocam os seus interesses pessoais acima do
interesse nacional.
Atendendo ao descrédito, que está a
contaminar a nossa democracia, há o receio dos esforços caírem em saco roto e
de Portugal estar a seguir o caminho da Grécia.
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