Dever
de Falar Claro
Cheia de Albufeira, 01Nov.2015
06/11/2015
Passada a tempestade, é tempo de
fazer contas à vida. Os danos são avultados. As limpezas estão em curso e há
equipamentos a substituir. Muitas viaturas também foram danificadas. Para alguns
segue-se o diálogo, nem sempre fácil, com as seguradoras.
Os Bombeiros não têm tréguas a esgotar
caves e em tudo o que podem ser úteis. O pessoal da EDP e das Telecomunicações
também reparam avarias provocadas pela intempérie.
A Autarquia tem um imenso trabalho a
seu cargo. Limpeza dos espaços públicos, remoção dos despojos, repavimentações
e eventuais reparações nas condutas da água e dos esgotos.
Felizmente não houve vítimas a
lamentar no concelho e o Governo, depois da visita do Senhor Ministro da
Administração Interna, já veio dizer que disponibiliza três hipóteses de ajudas.
Olhando para o futuro, diria que não é
fácil contrariar a força da natureza, mas é possível tirar ensinamentos desta
triste ocorrência.
Não sei se ainda existe a figura de Guarda-Rios. Há anos viam-se os
Cantoneiros a limpar as sarjetas e a desobstruir as linhas de água. Hoje, o
expediente é outro. Temos um Corpo de Protecção Civil que faz simulacros, mas não
se apercebeu ou subestimou o perigo do mastro mais alto do Cerro de Malpique,
cuja lâmpada esteve fundida ou avariada, durante vários anos. Agora, mostrou-se
incapaz de fazer a leitura de dados difundidos pela meteorologia e apareceu
depois da tragédia que só não colheu vidas humanas por ter sido num domingo.
Atendendo às condições urbanísticas
da cidade e à subida do nível do mar, tem de haver uma atenção especial à
drenagem das águas pluviais.
1 - É incomportável a água do Pátio e
do Cerro da Alagoa escoar para a baixa da cidade. (Algumas ruas parecem rios
nos momentos de chuvadas fortes)
2 – Os leitos das linhas de água,
mormente a sul da E.N.-125, e da ribeira principal, para onde convergem, têm de
estar vigiados e ser limpos, antes da época das chuvas. E devem ser criados
desvios colaterais, a montante da ribeira principal, com capacidade de armazenamento
permeável.
3 – As comportas de que se fala terão
de ser geridas em função dos fluxos e da capacidade do escoamento, para o mar, através
da conduta subterrânea.
Independentemente da capacidade de
absorção adoptada nas obras da Polis, estou convencido que a frequência das
inundações, na parte baixa da cidade, tenderá a aumentar. Ainda assim, se estes
conselhos tiverem eco a consciência de quem está no comando ficará aliviada. O
resto está nas mãos de Deus e do São Pedro.
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