sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CHEIA DE ALBUFEIRA 2

Dever de Falar Claro

Cheia de Albufeira, 01Nov.2015

06/11/2015

Passada a tempestade, é tempo de fazer contas à vida. Os danos são avultados. As limpezas estão em curso e há equipamentos a substituir. Muitas viaturas também foram danificadas. Para alguns segue-se o diálogo, nem sempre fácil, com as seguradoras.

Os Bombeiros não têm tréguas a esgotar caves e em tudo o que podem ser úteis. O pessoal da EDP e das Telecomunicações também reparam avarias provocadas pela intempérie.      

A Autarquia tem um imenso trabalho a seu cargo. Limpeza dos espaços públicos, remoção dos despojos, repavimentações e eventuais reparações nas condutas da água e dos esgotos.

Felizmente não houve vítimas a lamentar no concelho e o Governo, depois da visita do Senhor Ministro da Administração Interna, já veio dizer que disponibiliza três hipóteses de ajudas.

Olhando para o futuro, diria que não é fácil contrariar a força da natureza, mas é possível tirar ensinamentos desta triste ocorrência.

Não sei se ainda existe a figura de Guarda-Rios. Há anos viam-se os Cantoneiros a limpar as sarjetas e a desobstruir as linhas de água. Hoje, o expediente é outro. Temos um Corpo de Protecção Civil que faz simulacros, mas não se apercebeu ou subestimou o perigo do mastro mais alto do Cerro de Malpique, cuja lâmpada esteve fundida ou avariada, durante vários anos. Agora, mostrou-se incapaz de fazer a leitura de dados difundidos pela meteorologia e apareceu depois da tragédia que só não colheu vidas humanas por ter sido num domingo.  

Atendendo às condições urbanísticas da cidade e à subida do nível do mar, tem de haver uma atenção especial à drenagem das águas pluviais.

1 - É incomportável a água do Pátio e do Cerro da Alagoa escoar para a baixa da cidade. (Algumas ruas parecem rios nos momentos de chuvadas fortes)

2 – Os leitos das linhas de água, mormente a sul da E.N.-125, e da ribeira principal, para onde convergem, têm de estar vigiados e ser limpos, antes da época das chuvas. E devem ser criados desvios colaterais, a montante da ribeira principal, com capacidade de armazenamento permeável.   

3 – As comportas de que se fala terão de ser geridas em função dos fluxos e da capacidade do escoamento, para o mar, através da conduta subterrânea.


Independentemente da capacidade de absorção adoptada nas obras da Polis, estou convencido que a frequência das inundações, na parte baixa da cidade, tenderá a aumentar. Ainda assim, se estes conselhos tiverem eco a consciência de quem está no comando ficará aliviada. O resto está nas mãos de Deus e do São Pedro.

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