quinta-feira, 26 de março de 2015

O IVA DA RESTAURAÇÃO



    O IVA da Restauração


     Há dias, um dirigente associativo veio confirmar, num jornal nacional, o que escrevi neste espaço em Abril do ano passado. A subida do IVA da restauração corresponde a um encargo de 77%.
     Não obstando a legitimidade da reivindicação, a descida do referido imposto voltou a ser negada na Assembleia da República.

   Na minha percepção o motivo deste capricho reside no facto da associação, porventura mais representativa do sector, não ter conseguido demonstrar à tutela e aos senhores deputados, que a maioria dos restaurantes tradicionais não tem condições objectivas, para repercutir a subida do IVA na sua factura, e está completamente afogada.

     Nem o estudo encomendado a uma empresa de auditoria, avalizada, foi suficiente para encorajar os socorristas a salvarem os náufragos. São muitos os que já se desvaneceram, com todas as consequências sociais e económicas.

     Este País tem destas coisas. Por vezes mostra dificuldade em perceber as evidências. Perante a carência, era preciso trabalhar melhor os dados e explicar a especificidade desta actividade prestadora de serviços, de forma convincente, para o assunto desafiar o escrutínio da opinião pública e merecer outra atenção dos órgãos de soberania, mais consentânea com a racionalidade.

     Tal como diz o povo, também os restaurantes não fazem omeletas sem ovos. E, para a maioria dos empresários que cumpre as regras, ainda pior que suportar as dificuldades é ter de trabalhar para o prejuízo efetivo.



   Mar.2015 - Henrique Coelho

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