O proclamado
sucesso turístico não é convincente.
Já ninguém terá dúvidas que é preciso haver investimento público, em
Albufeira, para a economia do concelho crescer no âmbito da sua vocação.
Apesar do alarido estatístico e da confiança pretensiosa que alguns
tentam transmitir, o proclamado sucesso turístico não é convincente. O volume das
receitas não cresceu na proporção das despesas e o reflexo económico na conta
de resultados das empresas é, nalguns casos, comprometedor. Que o diga os empresários
da restauração, sujeitos à sazonalidade, concorrência desenfreada e, ainda, com
o IVA de 23% a provocar-lhes insónias.
A Autarquia, na sua qualidade de entidade licenciadora, mas, também,
cooperante, demonstra falta de rumo coerente e denota dificuldade para delinear
prioridades. Empenha-se em programas desajustados do tecido empresarial do
concelho, quando o seu grande desafio devia ter sido ajustar e optimizar os
recursos e as suas disponibilidades.
Esgotou o tempo que era razoável para já ter apresentado, publicamente,
uma carteira de bons projectos e estar, agora, a negociar compromissos das
tutelas respectivas e a candidatar-se aos meios necessários, para o
investimento público que o concelho precisa de realizar.
No respeito pelas famílias e pelas empresas, deve servir-se do reforço
de encaixe de IMI e das taxas elevadíssimas, para fazer obra, sob pena do seu executivo
ficar para a história, apenas, como pioneiro da aberração dos mini orçamentos
participativos e das passadeiras de calçada, com as quais concordo. Com uma atitude
mais eloquente, a Autarquia estaria a contribuir para a coesão económica e social
do concelho e a contagiar os investidores privados de forma credível.
No âmbito mais alargado das actividades com predominância no concelho têm
faltado iniciativas, para haver partilha de conhecimento e objectividade pragmática,
com vista a diversificar a base da economia.
Será uma perda muito grande se o concelho não reunir as condições, para tirar
proveito da actual política monetária do BCE, e não ser capaz de aceder ao excesso
de liquidez da banca nacional.
Mar.2015 - Henrique Coelho
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