Workshop sobre oportunidades de financiamento.
O
workshop sobre oportunidades de financiamento, promovido pelo Gabinete de
Empreendedorísmo da Autarquia, cumpriu a sua missão de informar os interessados
acerca das regras e das modalidades dos Programas da União Europeia para
projectos de desenvolvimento, ampliar negócios e requalificar as empresas em
laboração.
O Senhor professor da Universidade do Algarve que conduziu a palestra teve
mérito nas suas explicações e o tempo não foi perdido.
Ainda assim, sejamos pragmáticos. O tecido económico do concelho é caracterizado,
na sua maioria, por um conjunto de empresários individuais, micro e pequenas
empresas, cuja hipótese de recorrerem aos programas não é tarefa fácil. Quem
quiser fazê-lo, com sucesso, terá de contratar alguém qualificado para organizar
a candidatura. E, atendendo à dimensão e aos montantes, há situações em que o
benefício não compensa o custo.
Por outro lado, é importante haver uma percepção correcta das
prioridades. Na óptica da vocação turística, o concelho precisa de valorizar o seu
produto primário. Nestas condições, deve ser a Autarquia a indagar, na panóplia
dos Fundos da União, o que lhe serve melhor.
Durante décadas não houve ponderação no uso da disponibilidade pública e
o investimento foi mal direccionado. O Jardim da Meia Laranja é, disso, um bom
exemplo. Por sua vez, a Polis veio descaracterizar ainda mais a cidade e não
resolveu as lacunas
Foram edificados parques de estacionamento, para superar as carências,
apenas, dos meses de Julho e Agosto, na base de arranjos financeiros manhosos. Ao
promotor do último, que encerrou ao público, depois de ser inaugurado, foi concedido
o privilégio de cobrar pelo parqueamento nas imediações, a céu aberto, muito tempo
antes de entrar em operação.
A falta de passeio marítimo, do Peneco ao Porto de Abrigo, estrangula a cidade
e desvaloriza a marca turística. Esta situação é um quebra-cabeças para quem se
confronta, diariamente, com turistas que fazem perguntas comprometedoras para a
idoneidade dos albufeirenses.
É inequívoca a necessidade de Albufeira valorizar o produto e de projectar-se
noutras valências, para atenuar o castigo da sazonalidade. Neste sentido, a prioridade
das prioridades é requalificar a frente de mar, incluindo o porto de abrigo, e considerar
o contributo das pescas. A sua concretização depende, em primeiro lugar, da
vontade política e da disponibilidade dos senhores autarcas. Dispenso-me de
esgrimir o assunto, porque já o fiz noutros momentos, mas entenda-se que esta
questão está ligada à perda de competitividade do ícone da economia do concelho.
A maioria dos empresários, mormente das actividades turísticas, sabe do que
estou a falar. Vê-se, constantemente, na necessidade de compensar o down-grade
do destino, com pacotes especiais, e de ajustar tarifários em baixa, para contrariar
as quebras de movimento nos seus estabelecimentos.
Mar.2015 - Henrique Coelho
Sem comentários:
Enviar um comentário