A
um ano das eleições autárquicas, os dirigentes que têm se revezado, em
Albufeira, denotam algum nervosismo. Fizeram tudo, para afastar a população social-democrata
da política. O último “atentado” terá sido praticado em 15/07/2016, na “eleição”
das listas para os órgãos da Secção, mais uma vez às escondidas.
Não
tive dúvidas que o desassossego acabaria por bater-lhes à porta. Agora, terão de
se confrontar com os erros que cometeram e mudar a sua atitude, sob pena de
serem os únicos responsáveis por qualquer resultado eleitoral, menos favorável,
que o PSD venha a obter no concelho.
Para
a narrativa ficar mais clara, vale a pena enunciar alguns acontecimentos que se
sucederam:
1
– Por volta do ano 2010, num plenário da Assembleia Municipal, terá sido
aprovada uma moção para não haver derrama pública e aumento de IMI, o que já deixava
antever quem se preparava para candidatar-se a Presidente da Câmara, em 2013.
Isto não é uma crítica. O desencontro, entre órgãos emanados da mesma família
política, foi relevante, mas não havia nada de mal e concordei na altura.
2
– Em 2012, já o efeito prático da moção aprovada tinha se perdido e o IMI subia,
provavelmente, por força da negociação do resgate da Autarquia ao abrigo do
PAEL. Com as portas da política fechadas, ainda, desenvolvi esforços para
apresentar, pessoalmente, a minha preocupação sobre o assunto. Porém, o meu
interlocutor não compareceu a 2 encontros marcados, possivelmente, por motivos
de agenda.
3
– A ajuda no valor de 17 milhões de euros, recebida por volta do verão de 2013,
foi ilegítima. Constituiu um embuste para os munícipes e terá permitido à Autarquia
ficar fora do ajustamento que seria lógico em tempo de crise. Como consequências,
a perda de 3 vereadores nas eleições de Setembro de 2013 e a derrocada da hegemonia
política que o concelho vivia.
4
- O divórcio político sedimentou-se de tal forma que, apesar do apelo a seguir
às eleições, não se vislumbrou nenhuma iniciativa para unir a família
social-democrata do concelho.
5
– Não acredito que tenha sido por má-fé, mas o resgate representou o pior da
gestão financeira. Apesar de a maturidade ser de 20 anos, o empréstimo
respectivo foi pago, integralmente, antes do fim de 2014, ou seja, 18 meses
depois de ter sido concedido. Nestas condições, é fácil de perceber que a ajuda
era dispensável. E, para que não restem dúvidas, em Abril de 2015 a Autarquia
instruiu a banca para fazer aplicações financeiras ou efectuar depósitos a
prazo, em seu nome, no valor (global?) de 12, 5 milhões de euros
6
– Sendo que nos últimos 3 anos não houve investimento público, a Autarquia terá
hoje os cofres cheios e essa disponibilidade está na mira dos eleitores. O seu uso
vai ser escrutinado, durante o último ano do ciclo eleitoral, e o resultado
reflectir-se-á nas urnas.
O
que acabo de expressar de forma frontal, não é a repetição de queixinhas ou
frustrações. São tópicos de questões sérias que merecem ser aprofundadas e
debatidas. Aliás, sempre disse que Albufeira precisa muito de diálogo e análise
pragmática. Uma questão actual que requer ponderação fina é a ideia do túnel da
ribeira para o mar, cujos estudos já pesam no orçamento e a obra efectiva
custaria muitos milhões, se viesse a ser realizada, um dia, para resolver coisa
nenhuma.
A
primazia perdida e alguma falta de humildade política têm de dar lugar a outra atitude,
dialogante e descomplexada, para a Secção do PSD crescer e a Autarquia ser
protagonista de proa em investimento público, estruturante, de modo a que o
concelho possa aproveitar o potencial turístico, diversificar a base da sua economia
e melhorar na vertente social.
Sem comentários:
Enviar um comentário