A Folga Financeira da
Autarquia.
Ao ler a notícia publicada na última edição de 2014 do
Notícias de Albufeira, sobre a folga financeira da Autarquia no final de 2013, fiquei
surpreendido.
À primeira vista julguei que se tratava de uma manobra dilatória e esperei
pelo desmentido que não chegou.
Se, por um lado, desvalorizar os comentários da oposição não contribui
para a transparência, por outro, os autarcas não se cansam de mostrar regozijo
pelo desafogo que atingiram, sem quantificar nem referir o esforço contributivo
dos munícipes.
O alerta da oposição, apesar de tardio, é revelador da grande injustiça
que recai sobre os munícipes.
Em Junho de 2014, quando me referia à falta de transparência e apelava à
comunicação expedita de dados da execução orçamental e da posição líquida da
Autarquia, não fazia ideia desta situação.
Afinal, o esforço das famílias e das empresas era desnecessário. E espanta-me
que a situação ainda prevaleça, numa altura em que a Autarquia já não é governada
por maioria absoluta de uma única força política.
A ocultação, por muito tempo, desta atitude pretensiosa, que rotulou os
albufeirenses de ingénuos, compromete em primeiro lugar os autarcas, mas,
também, todas as forças políticas com representação no concelho e descredibiliza
a democracia.
O ajustamento tem sido feito, basicamente, à custa dos munícipes, enquanto
os empossados preferiram se acomodar em vez de respeitarem o resultado sufragado
e honrar as forças partidárias que lhes deram abrigo.
Já há quem fale do reforço de
verbas às associações, para retomar a promiscuidade que rendeu votos no passado.
Porém, os eleitores estão, hoje, mais esclarecidos e não se deixarão enganar no
momento oportuno.
A população do concelho tem sido massacrada, com taxas e impostos elevadíssimos,
devido à displicência negligente que também já prejudicou o PSD. A continuar
tudo como está, os danos serão ainda maiores no futuro.
Fev.2015
- Henrique Coelho
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